A preparação de magistrados de todo o país para julgar as ações sobre
improbidade administrativa é o objetivo de curso iniciado nesta
segunda-feira (22) na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados (Enfam).
De acordo com a ministra Eliana Calmon,
presidenta da Enfam, a iniciativa, em parceria com o Conselho Nacional
de Justiça (CNJ), está sendo implementada porque, desde 2011, só foram
julgados 5 mil processos por improbidade administrativa, das 16,6 mil
ações impetradas pelo Ministério Público nos tribunais de todo o país.
O
curso da Enfam, segundo a ministra, vai "instrumentalizar melhor os
juízes para a avaliação das ações, para que se sintam mais seguros, do
ponto de vista técnico, permitindo que a magistratura nacional tenha
qualidade única, e atenda ao que a sociedade dela espera".
Segundo
ela, há estados, como o Piauí, que não apreciaram nenhum processo no
período. Mas, no Amapá, o Tribunal de Justiça zerou o ativo, ao julgar
as 13 ações que recebeu. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
Territórios recebeu o maior volume (3.105 ações) desde 2011, tendo
julgado desse montante, apenas uma ação, no ano passado. Muitas das
ações impetradas na Justiça foram arquivadas, mas o CNJ está fazendo
pesquisa para "saber quantas ficaram no meio do caminho".
A
segunda etapa do curso, que foi limitado a 400 inscrições, vai ocorrer
com um intercâmbio entre magistrados de regiões diferentes com o
objetivo de analisarem os aspectos próprios de determinadas ações,
segundo informou.
Para Eliana Calmon, "o magistrado ficará
mais imune a pressões, se estiver melhor instrumentalizado, uma vez
que as ações envolvem pessoas de influência política, o que inibe a
decisão". Ela disse que os juízes "devem saber que não estão sozinhos,
pois têm o apoio do CNJ e da Enfam".
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