Uma multidão de insatisfeitos promete tomar as ruas do Recife nesta
quinta-feira. Homens e mulheres que lutam para serem a voz de uma
mudança que, segundo eles, de forma patriota, o Brasil precisa. Mais de
100 mil pessoas confirmaram presença no ato através da página de evento
“À Luta, Recife”, do Facebook. O manifesto é o assunto do momento, e
como não podia ser diferente, gera ansiedade da sociedade e entre as
milhares de pessoas que prometem acompanhar o ato. Mas a expectativa
também é compartilhada por quem trabalha no Centro do Recife. Nesta
quarta-feira, fachadas de alguns estabelecimentos já estavam com
tapumes. E alguns jovens andavam com máscaras comumente usadas em
manifestos. E a volta para casa deve ficar complicada e muitas empresas
poderão fechar as portas, liberando os funcionários um pouco mais cedo.
É do 6ª andar do edifício Iran, localizado na Conde da Boa Vista, que
a cuidadora de idosos Regina Lopes, 51 anos, vai acompanhar a
manifestação. “Eles têm todo o meu apoio, e espero que não aja canalhice
de quem pode se aproveitar do momento para fazer vandalismo. Temos,
realmente que lutar pelo que achamos certo”, afirmou ela. Em sinal de
apoio e pedindo paz para quem estiver nas caminhadas, Regina estendeu um
grande lençol branco na varanda. Esse ato, identificado pelas redes
sociais como #vemprajanela sugere que quem apoia a manifestação coloque
lençóis ou toalhas brancas nas sacadas dos prédios.
E apesar da euforia de alguns, outras pessoas ainda estão cautelosas
sobre o que pode acontecer. “Primeiro, vou ficar de olho, e vai depender
o alvoroço. Se for para ter violência vou embora na hora”, falou,
ontem, a tapioqueira Cristiane Patriota, 38 anos, sobre a sua presença
na manifestação. Assim como Cristiane, as pessoas que não pretendem
levantar a bandeira de luta se mostramapreensivas, à procura de uma rota
de fuga para conseguir se locomover ou simplesmente voltar para casa.
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