Teve problemas de mobilidade na ida e na volta, entulho em volta do
estádio, falta de lixeiras na área externa … Problemas ensaiados no
único teste da Arena Pernambuco, o amistoso entre Náutico e Sporting, e
que se repetiram ontem, no primeiro jogo da Copa das Confederações no
estado. Transtornos que deixaram torcedores irritados e decepcionados, e
que superaram até mesmo o que se imaginava. Ninguém, por exemplo,
cogitava chegar no estádio e descobrir que o ingresso correspondia a um
setor que, veja só, não existe no estádio! Ou chegar à Arena na chuva,
se deparar com um portão fechado e escutar do voluntário que a chave foi
perdida! Cenas lamentáveis, algumas delas com dia e hora para voltar a
acontecer.
O caos da saída
Os alertas sobre a capacidade da
estação Cosme e Damião se transformaram em desespero na noite de ontem.
Insuficiente para escoar o público que assistiu à partida, ela ficou
superlotada até depois da meia noite. Uma situação que deixou muitos
torcedores apreensivos, convictos de que esta foi a última experiência
no estádio pernambucano, como aconteceu com o uruguaio Francisco
Fagundes. Ele comprou ingressos para os dois jogos da Celeste na fase de
grupos da Copa das Confederações, mas desistiu de voltar próximo
domingo. “Não vou ficar aqui. Vou antecipar a minha volta para
Montevidéu. Não tem a mínima condição. É um absurdo colocar 40 mil
pessoas para sair pelo mesmo local”, destacou.
Ônibus superlotados
Ainda
antes de entrar nos ônibus que faziam a ligação entre a Arena e a
estação Cosme e Damião, o caos já estava instalado na saída do jogo.
Torcedores espremidos derrubaram as grades que ajudavam a formar as
filas. Desorganizados e na base do empurra-empurra, eles entravam nos
ônibus, superlotados. Ao chegar na estação, completamente ocupada, as
pessoas enfrentavam um corredor estreito, que gerava mais
empurra-empurra e ainda mais desespero nos torcedores. Para completar,
alguns ônibus quebraram no trajeto, obrigando os torcedores a completar o
percurso de três quilômetros andando.
O sumiço da chave
Todos
os portões abriram na hora programada. Menos o portão P. Na chuva, os
torcedores com ingressos para os blocos 122 e 123 tiveram que buscar
abrigo e ter paciência para entrar. A razão: a chave desapareceu! Foi
perdida. Os seguranças tiveram que utilizar um alicate para quebrar as
correntes.
Banheiro, só dentro
Outro problema
encontrado foi a falta de banheiros na área externa do estádio. Lacuna
que, assim como no caso das lixeiras, serviu para os torcedores abusarem
da má educação. Alguns deles recorreram ao matagal, cheio de lama
devido às chuvas que caíram antes do jogo.
Elevador
Jornalistas
que estiveram no estádio para cobrir a partida reclamaram da falta de
elevador para subir até as cabines. O equipamento, que apresentou
problemas na visita da presidenta Dilma Roussef dois antes do amistoso
entre Náutico e Sporting, não estava funcionando.
Desespero de pai e filho
Assim como o conterrâneo
Francisco, Diego Beck não pensa em voltar a Arena Pernambuco. Ontem,
após a partida, ele tentava pegar o metrô na estação Cosme e Damião com o
filho, que chorava muito em seu braço. “Não sei como voltar para casa”,
afirmou.
O desafio da fome
Aconteceu no
amistoso entre Náutico e Sporting e no jogo de abertura da Copa das
Confedrações, no Mané Garrincha, em Brasília. Filas quilométricas
tiraram a paciência de quem queria comprar lanches e bebidas. Alguns
torcedores ainda reclamaram que a cerveja estava quente.
Sem lixeiras
No
percurso da descida do ônibus expresso até a entrada da Arena
Pernambuco, de aproximadamente 500 metros, não foi instalada nenhuma
lixeira. E os torcedores jogaram latas, garrafas e sacos de salgadinhos
no chão.
Entulho e pá
O que mais chamou a
atenção de quem chegava à Arena Pernambuco foi a grande quantidade de
entulho espalhado pela área externa do estádio. Havia placas,
pedregulhos, pedaços de madeira e até grandes latas de metal. Em meio a
todos os materiais largados no local, até uma pá foi “esquecida.
Fios e água
Em
dois locais do entorno da Arena, foram flagrados dois tipos de fiações
que estavam expostas. Apesar de nenhum incidente grave ter sido
registrado, a imagem assustou algumas pessoas, pois em um dos locais o
fio estava solto dentro de uma poça de água.
Fonte: DP
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