quinta-feira, 25 de julho de 2013

Ao defender Dilma, Lula erra no tom

Era esperado que o ex-presidente Lula saísse em defesa de sua “criatura” em meio à crise que abala o governo da presidente Dilma Rousseff. No entanto, no desejo de explicitar o seu apoio à correligionária e, claro, colher frutos indiretos, o líder-mor do PT comete o equívoco de não olhar para as próprias falhas. Durante evento comemorativo do partido em Salvador, o cacique chegou a dizer que tudo o que foi prometido por ele fora cumprido em seus dois governos. Ora, e as reformas política, trabalhista e tributária que o próprio considerou como fundamentais e não andou um milímetro sequer?
Lula foi, com certeza, na história recente, o governante brasileiro com mais apelo popular e, portanto, recall para a realização de batalhas entre o Executivo e o sempre questionado Congresso Nacional. Mas optou por garantir a boa e velha governabilidade, deixando promessas – ou, para alguns, bandeiras – completamente de lado.
Os avanços alcançados, sobretudo os na área social, durante os oito anos de Governo Lula podem e devem ser exaltados por ele e pelo PT como principais legados da maior referência do partido. É um fato que a oposição, inclusive, ainda não soube como lidar. Contudo, não podem ser utilizados como resposta para encobrir os problemas que o País continua a atravessar.
Um dos fatores que, muitas vezes, levam à saturação de partidos ou grupos no comando de estruturas públicas se deve justamente à incapacidade de reconhecer as próprias limitações, aliada ao exercício da autoexaltação.
O problema é que a vaidade é um pecado capital que mantém uma relação simbiótica com o mundo da política.
Fonte: Gilberto Prazeres

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