segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Incontestável, Santa Cruz vence o Sampaio Corrêa por 2 a 1 e é campeão da Série C

O olhar perdido na imensidão do nada provavelmente assistia a um filme passar velozmente na memória. Rebaixamentos, decepções, Série D, derrotas inimagináveis (...), inaceitáveis. Uma simples observação nos olhos arregalados presentes nas arquibancadas do estádio do Arruda fazia refletir da torcida coral a perplexidade pelo “novo”. Pelo inédito. O Santa Cruz é campeão da Série C. Venceu o Sampaio Corrêa por 2 a 1, neste domingo, e pela primeira vez em seus 99 anos de história conquistou um título nacional. Para muitos, muito pouco pela grandeza tricolor. Para a maioria, o simbolismo de uma taça que representa a passagem por tudo aquilo que o clube superou. Um adeus à Série C e início de uma nova era. Centenária, promissora. De dias melhores.

De maneira incontestável, o Santa Cruz comemorou o título perante a torcida. Viu um dos principais heróis e símbolos desse novo momento tricolor, o goleiro Tiago Cardoso, levantar a taça. Foi a quarta conquista do paredão com a camisa coral. A torcida foi ao delírio. Comemorou, chorou. Talvez, nem tanto por ser campeão. Mas por sentir que, enfim, o “pesadelo” acabou. Os gols do título tricolor foram anotados por Dedé (no primeiro tempo) e pelo xodó Flávio Caça-Rato (logo no início do segundo tempo). Aos 34, Cleitinho ainda descontou. Mas já era tarde demais. O taça já tinha dono.

O jogo

Desde os primeiros minutos de jogo, a vontade de ser campeão era maior do lado coral. A briga pela bola, a garra nas divididas, o folêgo de Natan, incansável. Tudo isso conseguiu superar a maior carência do Santa Cruz em campo: a falta de um homem de referência no ataque. Com Caça-Rato até então pouco inspirado (e sem André Dias, machucado, e Dênis Marques, barrado), restou à união do grupo suprir as necessidades. O Tricolor pernambucano dominou a maior parte do primeiro tempo. Foi melhor. Aos 15, Caça-Rato perdeu uma chance incrível, ao furar a bola na pequena área.

Ainda que o Sampaio Corrêa não jogasse uma boa partida, a equipe maranhanse não se deu por vencida em momento algum. Tiago Cardoso evitou pelo menos duas oportunidades claras de gols produzidas em contra-ataques rápidos. Seguro na defesa, faltava o setor ofensivo fazer a sua parte. Coube aos volantes corais fazerem as vezes de atacantes. Aos 33, Sorriso (que havia perdido boa chance 4 minutos antes) arriscou de longe. O goleiro espalmou para o meio da área e Dedé mandou para as redes. Era o gol que o Santa precisava para ganhar mais tranquilidade no jogo.


Tranquilidade pouca, comparado ao que viria no segundo tempo. Afinal, logo no primeiro minuto da etapa final o Mais Querido ampliou a vantagem. Até então apagado em campo, Caça-Rato recebeu grande passe de Dedé e deu um tapa com a perna esquerda. A torcida foi ao delírio. Desde então, já passou a gritar “é, campeão!”. Certeza que se tornou ainda maior quando logo depois, quando Tiago Cardoso fez grande defesa após bicicleta de Mimica. Guerreiro, o Santa Cruz seguiu melhor em campo e segurou o placar até os 34 minutos, quando Cleitinho entrou pela direita e mandou para as redes. Um rápido momento de tensão. E só. Depois, só comemoração, emoção e festa completa no Arruda, que explodiu em alegria ao apito final.

Ficha do jogo

Santa Cruz 2

Tiago Cardoso, Oziel, Everton Sena, Renan Fonseca e Tiago Costa (Panda), Sandro Manoel, Dedé, Luciano Sorriso (Léo), Natan e Renantinho; Flávio Caça-Rato (Siloé).
Técnico: Vica.

Sampaio Corêa 1
Rodrigo Ramos; Toti, Robinho, Mimica (Rayllan) e Airton; Jonas, Arlindo Maracanã, Eloir e Cleitinho; Lucas (Edgar) e Leandro Kivel (Júnior Chicão).
Técnico: Flávio Araújo.

Local: Arruda. Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP). Assistentes: Vicente Romano Neto (SP) e Neuza Ines Back (SC). Gols: Dedé e Flávio Caça-Rato (SC); Cleitinho (SAM). Cartões amarelos: Renatinho (SC); Airton, Mimica, Leandro Kivel (SAM) Público:33.887 e Renda: R$ 887.845,00

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