A Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC) apresentou ontem seu relatório oficial sobre o assassinato do padre Antonio Henrique Pereira da Silva Neto, no mesmo dia em que se completaram 45 anos de sua morte.

“O crime foi obra de jovens radicais de direita juntamente com a polícia. Padre Henrique foi estrangulado e depois, alvejado na cabeça”, relembrou Mariano. Ele destacou, a campanha difamatória movida na época contra o padre: inicialmente, tentaram provar que sua morte foi um delito comum, praticado por usuários de drogas, e depois promoveram boatos racistas e homofóbicos.
“Hoje, podemos dizer que a verdade está plenamente esclarecida. Agora, queremos justiça”, acrescentou, frisando ainda há criminosos vivos (Rogério e Jerônimo), que poderão ser responsabilizados por seus atos. “O Supremo Tribunal Federal (STF) entende que a Lei da Anistia ‘perdoou’ a todos, inclusive os agentes do Estado, mas ainda existe um recurso em julgamento para responsabilizar penalmente os agentes ainda vivos que cometeram crimes lesivos à humanidade, e há os tribunais internacionais”, disse.
Participaram da cerimônia o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, o prefeito Geraldo Julio, o presidente da CEMVDHC, Fernando Coelho, e o membro da Comissão Nacional da Verdade, José Paulo Cavalcanti Filho, entre diversas autoridades que lotaram a Igreja dos Manguinhos, nas Graças.
A irmã de padre Henrique, Izaíras Padovan, disse que pretende levar o caso ao Tribunal de Haia, se necessário.
Dom Fernando Saburido relembrou a memória de padre Henrique, seu contemporâneo na Igreja, e lamentou sua ausência: “ele teria agora 74 anos e certamente continuaria levando uma vida produtiva e compromissada”, afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário