Descrito como "gênio do mal", o assessor especial do ex-presidente americano Richard Nixon morreu aos 80 anos por complicações de uma operação cerebral, informou no sábado a imprensa americana. Charles Colson era uma figura polêmica e chegou a ser preso por participar do escândalo Watergate.
Sua morte, ocorrida após uma intervenção cirúrgica feita no final do mês passado, foi anunciada por Jim Liske, diretor da organização de assistência espiritual aos presos - a Prision Fellowship Ministries, em Virgínia - que Colson ajudou a fundar após seu período de cárcere, quando se tornou evangélico.
Colson fazia parte do comitê de reeleição de Nixon, que desenvolveu tentativas de espionar o Partido Democrata em 1972. Previamente, havia tentado desacreditar o analista do Departamento de Defesa, Daniel Ellsberg, responsável pelo vazamento dos chamados "Papéis do Pentágono", documentos que revelaram a autêntica situação da Guerra do Vietnã (1955-1975) e o que pensava o Departamento sobre esse conflito.
Nesa tentativa, Colson usou um grupo encoberto, encarregado de investigar os vazamentos da Casa Branca, para que invadisse o escritório do psiquiatra de Ellsberg na busca de material contra o analista.
O então alto funcionário se declarou culpado da tentativa de obstrução da Justiça em suas manobras contra Ellsberg, embora outras acusações relacionadas diretamente com o escândalo Watergate ou com a participação direta na invasão do escritório do psiquiatra tenham sido desprezadas.
Colson acabou cumprindo sete meses de prisão. O homem que chegou a dizer que estaria disposto a pisotear sua avó para conseguir a reeleição de Nixon dedicaria o resto da sua vida à assistência espiritual aos presos e escreveu mais de 20 livros.
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