Representações diplomáticas estrangeiras no Sudão, no Egito e no Iêmen foram palco de protestos de multidões. No Líbano, um restaurante da cadeia americana KFC foi incendiado na cidade de Tripoli, e uma pessoa morreu.
Até quinta-feira, apenas embaixadas americanas estavam sendo alvejadas, mas agora representações da Grã-Bretanha e da Alemanha também foram atacadas.
No Sudão, manifestantes conseguiram iniciar um incêndio na Embaixada americana e arrancar a bandeira do país hasteada no local, colocando uma faixa islâmica no lugar.
No Cairo, cinco pessoas ficaram feridas em um protesto em frente à Embaixada americana. A polícia disparou gás lacrimogêneo contra cerca de 500 pessoas. As ruas no entorno foram bloqueadas com arame farpado, barricadas de concreto e veículos policiais.
'Um milhão'
Alguns grupos islâmicos convocaram passeatas pacíficas de "um milhão de pessoas" contra o filme. A Irmandade Muçulmana, grupo ao qual pertence o presidente do país, Mohammed Mursi, disse que pretende organizar protestos em massa em frente a mesquitas, mas longe da Embaixada americana.
Em viagem à Itália, Mursi disse que seu governo procurará garantir a segurança de todas as embaixadas estrangeiras no Egito. Ele também disse que o filme, uma obscura produção americana intitulada Innocence of Muslims ("Inocência dos Muçulmanos", em tradução livre), é "inaceitável".
Também houve choque entre manifestantes e policiais em Sanaa, capital do Iêmen.
Um porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha disse à BBC que a polícia do Sudão está acompanhando uma manifestação em frente à representação britânica em Cartum.
A Embaixada alemã disse que todos seus funcionários estão em segurança, apesar dos ataques.
Os primeiros protestos contra o filme foram registrados na terça-feira no Cairo. No mesmo dia, uma manifestação semelhante provocou um incêndio no consulado americano em Benghazi, matando quatro americanos – entre eles o embaixador dos Estados Unidos no país.
Cautela entre brasileiros
Segundo o Itamaraty, as embaixadas e representações brasileiras no Oriente Médio devem adotar o procedimento de "dar maior atenção à segurança" em situações de instabilidade.
"Não há perspectiva atualmente de que o Brasil seja alvo de nenhum destes ataques e não houve ameaça concreta ao Brasil", disse a assessoria de imprensa do Ministério à BBC Brasil.
"Também mantemos um mapeamento das comunidades brasileiras no Oriente Médio e sempre as orientamos a evitar aglomerações e locais propícios à realização de manifestações."
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