SÃO PAULO - Uma reportagem do portal norte-americano MarketWatch listou os dez principais responsáveis por culminar a economia do país em um abismo fiscal. Entre os culpados listados, o destaque vai para políticos, como Barack Obama e George W. Bush, mas a lista se estende também a lobistas e a bilionários, como o lobista Grover Norquist.
De acordo com a matéria, o abismo fiscal é gerado por duas contrariedades da cultura norte-americana: a ganância e a culpa. Há a ganância por taxas baixas de impostos, poder militar, salários elevados e investimentos públicos para toda a população. Já a culpa é devido a não estar pagando por isso no caminho.
"Todos nós tivemos um papel neste melodrama, tanto pelos benefícios vindos dos gastos ou dos impostos mais baixos. Tirando esse sentimento de culpa, isso tem motivado fortes líderes nacionais a alimentarem esse mix de culpa e ganância que nos trouxeram até aqui", disse a reportagem.
Conheça a lista das dez pessoas consideradas principais culpadas pela crise fiscale a avaliação da matéria sobre elas:
- George W. Bush: Ninguém é mais responsável pelo problema de débito do que ele. Para Bush, corte de imposto era sempre a solução. Em sua primeira campanha presidencial, defendeu a reduçao de pagamento de imposto. Quando enfrentou a crise de 2001, o ex-presidente disse que o corte de taxas recuperaria a economia. Mesmo após ver que a medida não surtiu efeito, cortou novamente os impostos.
- Barack Obama: O presidente talvez seja o melhor representante atual desta combinação de sentimento americano, de ganância e culpa. Ao mesmo tempo que em Obama tentou recuperar a economia por meio de estímulo fiscal e pacotes para a indústria automobilística, ele também ressalta a importância de controlar gastos.
- Alan Greenspan: O economista está no meio do caminho, entre a culpa e a ganância. Ele sempre alertava o Congresso quanto aos perigos sobre o déficit, mas, quando presidente do Fed (Federal Reserve), em 2001, ele disse que a pior coisa que poderia fazer era pagar as dívidas, pois isso quebraria o mercado do Tesouro e o poder da autoridade monetária em controlar a economia. Essa foi considerada a sua maior falha cometida na gestão ddo Fed.
- Bill Clinton: Fez parecer que havia com facilidade um excesso de orçamento para ser gasto. O orçamento estava no vermelho em seus últimos quatro anos de governo.
- Dick Cheney: Enquanto Bush estava ocupado, ele planejava a "guerra ao terror". Pela primeira vez, militares americanos foram enviados à guerra sem que impostos fossem elevados para pagar os gastos extras. Como resultado, o envio de militares acarretou em despesa trilionária ao país.
- David Lereah: Ex-economista chefe da Associação Nacional de Corretores, foi, talvez, o maior entusiasta da bolha imobiliária. Mesmo após a crise imobiliária começar, Lereah continuou insistindo que os investimentos no setor nunca teriam prejuízo.
- Grover Norquist: Como poderoso lobista e financiador de campanhas, ele praticamente forçou republicanos a concordar em não subir as taxas de imposto sob hipótese alguma. Se alguém recusasse ou tentasse violar o acordo, ele apoiaria outro candidato.
- John Boehner: Presidente da Câmara, Boehner é considerado um legislador pragmático, que aceita que o governo precisa de mais receita, mas parece não encontrar coro na Casa. No ano passado, ele quase forçou o país a aceitar a realização de um calote na dívida porque não conseguiu votos suficientes para aumentar as taxas.
- Pete Peterson: Ex-secretário de gabinete durante a administração de Regan, o bilionário é um dos responsáveis por nos fazer sentirmos culpados sobre o déficit público. Incentivou a publicidade do problema do endividamento, por meio do documentário anti-déficit “I.O.U.S.A.”, pela Fundação Peterson e pelo portal The Fiscal Times.
- Arthur Laffer: Ele é considerado o economista que provou a existência do "almoço grátis". O economista deu embasamento teórico a conservadores de que o corte de imposto contribuiria com a evolução das receitas com taxas. A reportagem faz uma ressalva: a teoria de Laffer não funciona na prática, pois o corte de impostos não "pagam por eles eles mesmos".
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