segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

PT não se entende e ala de Humberto quer punir os "infiéis"


O racha crescente na tendência petista Construindo um Novo Brasil (CNB), comandada em Pernambuco pelo senador Humberto Costa, está aprofundando a crise interna do partido, que começou em maio passado com o processo de prévias para escolha do candidato no Recife, entre o prefeito João da Costa e o ex-deputado federal Maurício Rands.
A reunião do diretório estadual do PT, agenda para o sábado (15), foi novamente cancelada após quase duas horas do horário marcado, por falta de quórum. Dos 57 membros do diretório, apenas 22 estiveram no encontro. Chamou atenção a ausência de praticamente toda a ala do PT que apoiou com empenho a candidatura de Humberto Costa à Prefeitura do Recife este ano.
A CNB conta com 29 membros e se todos estivessem presentes, o quórum mínimo - que é justamente de 29 pessoas - teria sido alcançado. Chamou atenção de quem chegava à sede do partido para o encontro uma carta da tendência que seria submetida à aprovação. Nela, integrantes da corrente afirmam que, para ser iniciado o processo de análise da derrota após 12 anos de comando na prefeitura, é preciso primeiro punir eventuais “infiéis” que não tenham colaborado na campanha de outubro passado.
“É inaceitável a infidelidade partidária frente aos estatutos e as decisões adotadas por instâncias legítimas do PT. Para construir o entendimento, temos uma relevante questão preliminar a enfrentar e resolver. A apuração imparcial e a firme aplicação das sanções estatutárias em relação às práticas inaceitáveis da infidelidade partidária que ocorreram em alguns municípios do Estado e no Recife”, diz o documento.
Na carta, a CNB critica a condução da eleição pelo governador Eduardo Campos (PSB) e destaca que o partido não foi tratado pelo conjunto da Frente Popular como deveria, dadas às contribuições que vem oferecendo à esquerda desde a eleição de João Paulo, em 2000. “Apesar de contribuições relevantes do PT nas esferas nacional e local para o fortalecimento do Estado e da Frente Popular, o tratamento dado ao partido foi surpreendente e injusto e isso ocorreu em todo o Estado e não apenas no Recife”, emenda o documento.
os petistas signatários da carta compararam ainda a postura adotada pela presidente Dilma Rousseff e pelo governador. “Além desse fato comum a todo o Estado, os candidatos petistas ainda tiveram de enfrentar a ativa participação da principal liderança da Frente Popular, o governador Eduardo Campos, nas campanhas em que os partidos da base aliada estadual estavam em legítima disputa tanto na região metropolitana como em todo interior. Uma escolha contrastante com a posição acertada e isenta apresentada pela presidente Dilma Rousseff." Suspensa a reunião, não há nova data agendada para sua realização.

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