quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Empresa Pernambuco de Comunicação agora é realidade


“Boa sorte. Que Deus proteja vocês.” Ditas ao mesmo tempo em que abraçava o apresentador Roger de Renor, as palavras de Eduardo Campos pareceram indicar que vem por aí muito trabalho para o núcleo de direção da Empresa Pernambuco de Comunicação. Ela foi criada oficialmente anteontem, com a assinatura do governador do decreto que aprovou o estatuto social da EPC.
Os primeiros nomes da diretoria executiva também foram anunciados. O publicitário Guido Bianchi é o diretor-presidente; o jornalista Paulo Fradique ocupa a vice-presidência. Roger comanda a diretoria de programação e produção. “Nosso desafio será coletivo”, declarou Bianchi, indicando que, além dos colegas diretores, o sucesso da EPC dependerá do envolvimento da sociedade civil.
“É uma conquista muito significativa porque a EPC é a pioneira, a primeira empresa estadual de comunicação do País. Agora é que podemos dizer que vamos começar”, afirma Roger. 
Os serviços de radiodifusão pública da TV Pernambuco e TV Golfinho terão como principal meta a difusão de temas educativos, artísticos, culturais, científicos e de cidadania. “Quero que a programação da TV contemple toda a diversidade de Pernambuco. Mas que não fique apenas centrada no Recife e em suas proximidades. É preciso que ela inclua o interior”, afirmou o governador Eduardo Campos. Ele também espera que até o final do ano a EPC esteja funcionando satisfatoriamente, com nova programação.
De acordo com Roger de Renor, a TV PE deverá estreitar ainda mais suas relações com produtores independentes, com a TV Universitária e a TV Brasil, que integra a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). “Uma boa fonte de conteúdos são os projetos aprovados pelo Funcultura Audiovisual”, disse Roger.
O presidente da EBC, Nelson Breve, espera que o nascimento da Empresa Pernambuco de Comunicação estimule a criação de instituições semelhantes em outros Estados. “Tenho impressão que a própria sociedade vai cobrar. Porque isso não é uma demanda apenas intelectual, é uma demanda da sociedade e ela quer que os dois direitos básicos, sagrados, das pessoas sejam atendidos: o de dizer e o de saber”, expôs Breve.
A EPC está vinculada à Secretaria de Ciência e Tecnologia, mas terá autonomia e independência. O investimento inicial previsto é de R$ 25 milhões. Por ser uma sociedade anônima de capital fechado, ela poderá veicular propagandas e anúncios de empresas privadas. 
Em breve será criado um Conselho de Administração, que será formado por 13 membros. Seis indicados pelas sociedade civil, seis nomeados pelo governador e um representante da Associação Municipalista de Pernambuco. Também deverá haver contratações emergenciais e anúncio de concurso público para a contratação de profissionais na área de comunicação.
O jornalista Ivan Moraes, que integrou o grupo de trabalho responsável pela formatação da EPC, a criação da instituição é uma boa notícia para a classe artística e cultural do Estado. Para ele, uma empresa forte de comunicação pública serve como importante canal de divulgação da produção cultural pernambucana. "Serem vistos pela população é não só desejo de todos os artistas, mas também condição de sobrevivência, visto que precisam da exposição para vender seu produto, seja através das músicas (cds, downloads, etc) ou de shows". 

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