sábado, 26 de janeiro de 2013

PSD estadual fica com Eduardo mesmo se Kassab apoiar Dilma


À beira de uma adesão formal do PSD à base do governo de Dilma Roussef (PT), o presidente estadual da sigla, o ex-deputado André de Paula poderia se encontrar numa encruzilhada. Porém, ele já escolheu o seu caminho. Na hipótese de o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, aceitar os ministérios oferecidos pela presidente, o cenário para as eleições de 2014 estaria traçado – o PSD apoiaria a reeleição de Dilma. Mas caso o governador e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, dispute a Presidência, o diretório estadual pessedista apoiará o socialista, mesmo a direção nacional do partido tendo outra orientação.
A fundação do PSD nacionalmente, e especialmente em Pernambuco, deve-se muito ao empenho de Eduardo Campos. E é por isso que André de Paula justifica sua “rebeldia”. “Eu estarei com Eduardo independentemente de ser em 2014 ou 2018. O PSD de Pernambuco vai estar com Eduardo em 2014 ou 2018. Em Pernambuco, nós temos essa autonomia, essa autonomia me foi conferida e eu vou fazer valer”, alega.
Antes de aceitar o convite da presidente, Kassab disse que iria consultar o restante do partido. No entanto, a posição do líder pessedista e o grande fiador da legenda recém-criada já é conhecida. Ele é a favor da adesão do PSD à base governista federal. André de Paula sabe disso.
“Eu também não desconheço a liderança que o presidente Kassab tem no partido. E que o fato de ele ter antecipado a decisão de ser favorável a essa direção pesa e pesa muito. O presidente teve o papel muito importante na construção do partido. Isso gerou em torno da liderança dele uma solidariedade muito grande”, pondera o ex-deputado.
Kassab viajará por vários Estados até março, quando o martelo sobre o futuro do partido deve ser batido. Já se especula, porém, que a maioria dos líderes do PSD compartilha da opinião de que deva aceitar os ministérios, que são o de Micro e Pequena Empresa e a Secretaria de Aviação Civil, além da vice-presidência da Caixa Econômica Federal.
André de Paula elogia a postura de Dilma quando do surgimento da nova sigla. “Nós não fomos hostilizados, mas muito beneficiados, porque éramos muito bem vistos pelo governo da presidenta Dilma. Há quem faça a leitura que ela estimulou o surgimento do PSD porque viu nisso a possibilidade de fraturar ainda mais a oposição. Uma coisa é certa: não criou obstáculos e de fato nos estimulou”, afirma. No entanto, é para o governador Eduardo Campos que ele reserva sua fidelidade.
A entrada do ex-DEM no PSD passou pelo crivo do líder socialista. Por isso, quando o assunto é 2014, André adota um discurso inflamado. “Eu quero ver Eduardo presidente da República. E vou trabalhar efetivamente para isso. Esse é um projeto de uma geração, mais que isso, é um projeto de Estado. Eu acredito que ele é possível e vai se tornar real. Agora se vai ser decidido para 2014 ou 2018, isso é uma decisão que vai ser construída ao longo desse ano. Aqui, se o calendário for antecipado, e Eduardo sair candidato em 2014, nós vamos estar com ele”, garante.
Para tanto, ele afirma que irá advogar a tese de que o partido se mantenha independente do governo federal para não melindrar o apoio que o PSD deve ao PSB.

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