Motoqueiros também se espalharam pelas ruas da capital levando bandeiras do país. Nos edifícios públicos, bandeiras nacionais foram hasteadas a meio mastro. Em uma das principais avenidas, opositores que estavam acampados tiveram seus bens queimados e foram desalojados. A segurança foi reforçada na porta do Hospital Militar Carlos Arvelo.
Durante a noite, o chanceler venezuelano, Elías Jaua, convocou a população a se concentrar na Praça Bolívar em homenagem ao presidente. Jaua também garantiu que a Carta Magna venezuelana será respeitada e pediu aos veículos de comunicação que "fomentem a paz" entre o povo.
"Faremos o que Hugo Chávez nos pediu para fazer e respeitaremos a Constituição", disse ."Apesar do impacto doloroso, o luto está em absoluta normalidade. Preservemos o maior legado de Chávez, a paz".
Os restos mortais de Chávez serão transladados desde hospital militar até a Academia Militar. O corpo permanecerá no local até sexta-feira, quando será realizada a cerimônia oficial, com a presença de diversos líderes.
Menos de uma hora após o anúncio da morte de Hugo Chávez, o ministro da Defesa da Venezuela, Diego Molero, foi à TV manifestar seu apoio a Maduro, e ao presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello. Em rede nacional de rádio e televisão, Molero afirmou que que as Forças Armadas estão unidas e que o governo pode contar com seu apoio.
Mais cedo, as aulas da Universidade Central da Venezuela foram suspensas. Laura Rosales, uma jovem de 24 anos, estudante Filosofía, contou que o anúncio foi feito durante a aula, por um professor.
Anúncio emocionado de Maduro
Pouco mais de dois meses depois de se submeter à quarta cirurgia em 20 meses para combater um câncer na região pélvica, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez morreu nesta terça-feira, em Caracas, aos 58 anos, às 16h25m (horário local). Ele havia regressado há pouco mais de duas semanas de Havana, onde permanecia internado desde a operação, mas não foi visto em público. O anúncio foi feito pelo vice-presidente, Nicolás Maduro, que falou em cadeia nacional de TV e rádio no hospital militar em Caracas onde o presidente venezuelano estava internado.
Chávez deixa como herança uma pátria livre e independente. Temos que crescer nesta dor. Comandante Chávez, obrigado por tudo o que fez por este povo. Pedimos que nossa dor seja canalizada em paz, com tranquilidade. Convocamos todos os venezuelanos a ser vigilantes da paz, do respeito, da tranquilidade desta pátria. Transmitimos a seus familiares e a todo povo nossa dor nesta tragédia histórica - afirmou Maduro.
Emocionado, Maduro chorou durante o pronunciamento.
"Os que morrem pela vida não podem ser chamados de mortos. Honra e glória para Chávez, que viva para sempre".
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