quarta-feira, 1 de maio de 2013

Obama reforça compromisso de fechar Guantánamo após greve de fome

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reforçou nesta terça-feira seu compromisso para fechar a prisão da Base Naval de Guantánamo, em Cuba, no momento em que dois terços dos presos por suspeita de terrorismo fazem greve de fome. Em entrevista pelos cem primeiros dias de seu mandato, Obama retomou uma de suas primeiras promessas de campanha ao reconhecer que os detentos permanecem em uma espécie de limbo legal.
Os EUA acabam de enviar mais 40 enfermeiros da Marinha para atender os presos em greve de fome. O protesto contra as condições da prisão começou em fevereiro e já atinge cem dos 166 detentos. Destes, 21 estão sendo alimentados à força através de tubos no nariz e cinco estão em observação. A maioria dos presos sequer foi acusada formalmente.
"Isso não é sustentável. A ideia de se manter cem indivíduos em uma terra de ninguém indefinidamente... - disse o presidente, que culpou o Congresso americano pela situação. - O Congresso determinou que não poderíamos fechá-lo. Continuo a acreditar que temos que fechá-lo.
O presidente afirmou que tentará persuadir os parlamentares a suspenderem as restrições à transferência dos detentos para o sistema federal de prisões. Ele, no entanto, não respondeu o que fazer com os presos mais perigosos e que não seriam facilmente processados.
A proposta atual, rejeitada pelo Congresso, é que sejam transferidos para prisões de máxima segurança em solo americano, mas que continuem como prisioneiros de guerra e sem julgamento. O próprio Obama, entretanto, sugeriu na entrevista ser contrário à ideia de manter uma pessoa presa indefinidamente:
- Isso é contrário ao que nós somos, aos nossos interesses, e precisa acabar.
O presidente se manifestou ainda a favor da alimentação forçada. Essa é uma questão polêmica, já que muitas associações médicas acreditam que profissionais de saúde não deveriam forçar as pessoas a se alimentarem.
Na semana passada, o presidente da Associação Médica Americana, Jeremy Lazarus, escreveu uma carta ao secretário de Defesa, Chuck Hagel, afirmando que qualquer profissional de saúde que forçasse um prisioneiro a se alimentar contra a sua vontade estaria violando seus valores éticos.
A política das Forças Armadas, no entanto, é que se deve preservar a vida do detento, seja em caso de greve de fome, tentativa de suicídio ou qualquer outro ferimento auto imposto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário