Em entrevista à agência pró-curda "Firat", o líder guerrilheiro, além de
ter acusado o "Estado de sabotar o processo de desarmamento", afirmou
que, neste caso, um avanço imprescindível seria a libertação dos
políticos curdos presos.Máxima autoridade do PKK abaixo do líder Abdullah Öcalan, que se encontra preso, Karayilan fez essas declarações para mostrar sua preocupação em torno da postura do Exército, que, além de não ter reduzido sua presença nas regiões curdas do sudeste, parece fazer grandes preparativos de combate, apontou.
"De fato, o Estado está fazendo tudo o que está em seu alcance para sabotar o processo. Estão preparando uma guerra, podemos ver isso claramente", acusou Karayilan.
Em especial, o guerrilheiro fez uma dura crítica ao fato dos prefeitos, vereadores e deputados curdos seguirem presos há anos no macroprocesso contra a União de Comunidades do Curdistão (KCK), um movimento cuja cúpula é composta pelos dirigentes do PKK.
Centenas deles seguem em prisão preventiva, acusados de "pertinência a uma organização terrorista", e não por crimes violentos.
"Se aqueles que impulsionam a política permanecem em masmorras, a guerrilha também voltará a atuar. O que eles pretendem? Não querem dar início a uma nova fase, uma época de uma solução democrática e uma agenda de solução política, então é preciso libertar os presos políticos curdos", exigiu Karayilan.
O dirigente militar também criticou duramente o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, pelo fato do mesmo ter voltado a qualificar Öcalan como um "chefe terrorista", sendo que, até então, o governo parecia ter adotado um discurso supostamente mais suave.
O guerrilheiro lembrou que o próprio Öcalan, preso desde 1999, anunciou o "silêncio dos fuzis" e a substituição da luta armada pelo trabalho político e democrático no último mês de março.
Nenhum comentário:
Postar um comentário