Nos seus 45 anos de fundação, o Bloco Bacalhau de Paratibe, tinha tudo pra viver sua apoteose no último dia 05/02, no entanto, imergiu. Eu como foliã das quartas-feiras de cinza, durante cerca de 23 anos, nunca deixei de assistir e participar de um de seus desfiles. Sempre cheios de animação e pompa, o Bacalhau de Paratibe sempre fez a alegria do povo. Em princípio, do povo de Paratibe, depois de toda Paulista e, consecutivamente de várias cidades vizinhas. Na sua 45ª aparição, foi diferente. Teve início com horas de atraso. O bairro de Arthur Lundgren I, que compreende quase 70% do percurso do desfile e detém o maior quantitativo de pessoas , foi contemplado com o desrespeito. Trios e Bandas que foram pagos para percorrer todo o trajeto, pararam no meio do desfile e foram embora. O trio Xavante que abriu o cortejo, carregando o cantor Tone Garrido, ao entrar no solo do bairro sem tocar, parou para o cantor e sua banda descerem, tomarem uma Van locada e sumirem. A banda Cheiro de Amor não nos deu sequer o prazer de sentir seu “perfume” e a banda Chicafé nos deixou apenas com água na boca. Se não fossem os trios: Imperador, Balada e Zeus, nosso Bacalhau seria mudo e surdo. Com toda essa falta, o pessoal que margeava as Avenidas de Arthur Lundgren I , começou a sentir-se saudoso do Bacalhau de outrora que era coordenado por nosso amigo e presidente Ely Eustáquio que, diante do amor que tem pela agremiação e consideração pelo povo, nunca deixou que essas falhas acontecessem. Aquele Bloco onde as pessoa que tinham condição, colocavam trios e bandas que seguiam o seu roteiro normal , do ponto de partida até o de chegada, onde havia respeito pelo público. Se a intenção dos atuais organizadores era punir o pessoal do bairro e vetar a presença de políticos, não deu certo, pois eles se fizeram presentes em camarotes improvisados ou então no meio da multidão, como foi o caso do deputado Sérgio Leite (que roubou a cena desfilando no chão) , Felipe do Veneza, Fabiano Paz, Kenyo Miguel, Gilderley Gondin e tantos outros. O final foi brusco, com um grito de “STOP”. É fato que havia um TAC entre a diretoria do Bloco e Ministério Público, mas, o TAC determinava apenas a hora do término e não a do início.
“ Acompanho o Bacalhau há vários anos e, esse foi o pior Bacalhau da minha vida!”
( Eliane Araújo, professora e moradora da rua Vicência, casa 60 – AL I)
“ Antigamente, quando abria minha porta logo cedo da manhã, já haviam vários Trios na concentração em frente à minha casa, esse ano , às 10h, não tinha um sequer, por isso começou tão tarde!”. “ Pra mim, foi o pior Bacalhau!”
( Paulo Galileu, rua General Castelo Branco, Paratibe)
Termino na esperança que, o próximo desfile faça com que os moradores de Arthur Lundgren I e visitantes, esqueçam o fatídico 45º .
Ariadne Morais
Nenhum comentário:
Postar um comentário