quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Uísque Dalmore King Alexander III chega ao Recife


(por Thomaz Vieira)
O Recife é, pasmem, o lugar onde mais se bebe uísque no mundo – o que dá ainda mais força à nossa tradicional megalomania, claro. Assim sendo, foi a única capital do Nordeste escolhida para receber a marca escocesa Dalmore (lançada somente aqui, no Rio de Janeiro e em São Paulo). O lançamento ocorreu nesta quarta (12), na Casa de Actus, no Bairro do Recife.
Para comandar o jantar de degustação do uísque, foi trazido o master blender Richard Paterson, especialista na bebida, cujo nariz (sua ferramenta de trabalho) está avaliado em 2,4 milhões de dólares. Muito simpático, ele deu uma verdadeira aula sobre a história do scoth whisky. “Quero tirar vocês de Recife e levá-los comigo à Escócia”, avisou logo no começo de sua apresentação.
Paterson foi introduzido ao universo do uísque ainda aos 8 anos de idade, por seu pai. Parece que deu certo, pois a bebida faz parte de sua vida há 47 anos. Neste período, ele se especializou na fabricação da iguaria, e garante que o King Alexander III é um single malt de destaque.
Para sua produção, são utilizados seis tipos diferentes de barris, onde anteriormente já fora maturado, em geral, vinhos de diversos tipos. A mistura dos líquidos resultantes de cada barril proporciona ao Dalmore notas de frutas vermelhas, flores frescas, maracujá, raspas de frutas cítricas, fava de baunilha, caramelo, amêndoas moídas, canela doce, noz-moscada, cravo e gengibre, dispersas no aroma e no sabor.
No jantar, os convidados puderam experimentar as versões 15, 18 e 40 anos da marca. Tudo foi servido antes do início do evento, para evitar tumulto durante a palestra. Detalhe: ninguém podia beber antes do momento apropriado – fazia parte da “magia” da degustação. E o master blender fez questão de destacar: não se pode chamar de scotch whisky uma bebida que não tenha sido maturada por, no mínimo, três anos.
Segundo Paterson, antes de beber, deve-se colocar um pouco de uísque na taça, agitá-la e jogar fora, para tirar do recipiente todos os outros possíveis gostos que confundam o paladar. Com bom humor, sugeriu, inclusive, que se converse com o líquido, perguntando como ele está, essas coisas (?!). Como analogia, ele citou um rapaz que corteja uma moça: quanto mais conversa, melhor conhece sua personalidade. Um “crime” muito comum é segurar a taça pelo bojo. “Se você fizer isso, eu mato você!”, brincou o anfitrião da noite – o que, ainda bem, ele não cumpriu, pois era possível ver o gesto repetidas vezes no salão.
Para beber, nada de engolir direto. O líquido deve ser mantido na boca por, pelo menos, 20 segundos, e passar por todos os lados da língua. Assim, é possível sentir seu gosto em plenitude. E o mais importante: mesmo no tempo quente recifense, nunca adicionar gelo, refrigerante, água de coco, nada. Qualquer aditivo altera o sabor original da bebida. “Quando se paga caro por um uísque como esse, não abuse!”, disse, rindo. O ideal é que seja consumido em local com temperatura adequada (leia-se ar condicionado). Curioso é que, no jantar pós-demonstração, o rico Dalmore era servido em copos com bastante gelo…
Para acompanhar uma bebida tão refinada, foi preparado um jantar harmonizado, feito pelo chef Jorge Romaguera, do buffet do Pantagruel, de acordo com as indicações do próprio Richard Paterson. O menu incluiu Salada de Frutos do Mar e Creme de Bacalhau como entradas; Camarão ao Curry, Peixe ao Molho de Laranja, e Filé ao Cogumelo, como pratos principais; e Cestinha de Banana para a sobremesa. Fato curioso: o mestre destilador deixou de lado o uísque por alguns instantes para provar uma boa cerveja brasileira.

A marca Dalmore é importada para o Brasil pelas empresas Porto-a-Porto e Casa Flora. Em Recife, é distribuído pela Prolac Food Service. As garrafas têm preços que variam entre R$ 273 (12 anos) e R$ 1.251 (40 anos).



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