sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Casas populares abandonadas


Um conjunto habitacional para 132 famílias, no bairro de Campo Grande, Zona Norte do Recife, está abandonado e com a obra paralisada. O residencial, avaliado em R$ 7 milhões, é um projeto do governo do Estado e fica no trecho mais novo da Avenida Professor José dos Anjos, via marginal do Canal Arruda-Vasco da Gama. Vizinhos da construção inacabada avisam que o lugar transformou-se num ponto para uso de drogas e prostituição.
De acordo com a Companhia Estadual de Habitação (Cehab), o projeto teve de ser readequado para se enquadrar aos novos padrões construtivos do programa Minha Casa Minha Vida. Como exemplo, cita o revestimento cerâmico e a acessibilidade. Por isso o trabalho está suspenso, sem previsão de retorno.
A Cehab espera a aprovação dos ajustes, ainda em análise na Caixa Econômica Federal, para providenciar outra licitação. O residencial, com casas superpostas, de 37 a 58 metros quadrados, vai beneficiar 600 pessoas de comunidades variadas, incluindo Campo Grande.
Sandra Cavalcanti Ferreira, uma das ocupantes do Conjunto Habitacional Palha de Arroz I, inaugurado pela Prefeitura do Recife em novembro de 2011, ao lado do residencial abandonado, lamenta a situação. “Ninguém sabe se a obra vai terminar e tem muita gente precisando de casa”, destaca.
Mas esse não é o único problema na região, que recebeu investimentos do Programa de Saneamento Integrado da Bacia do Beberibe (PAC Beberibe-Prometrópole), para construção de moradia, abertura de vias, recuperação de canais, ligações de água e esgoto. A água usada nos tanques de roupa das 126 unidades do Palha de Arroz I está sendo lançada na Avenida Professor José dos Anjos e abriu buracos na pista.
O defeito, segundo moradores, existe desde a entrega do conjunto. “A água corre pela valeta ao lado do muro. No começo, era despejada num buraco, mas o buraco entupiu de areia e a água desceu para a avenida”, diz Maria do Carmo Ramos de Assis, moradora do Palha de Arroz I. “O asfalto cedeu por causa da água”, reforça.
Construída para transportar água de chuva e do tanque de roupa, a valeta carrega esgoto, quando canos entopem, e lixo, porque não há coleta no habitacional. Para diminuir os transtornos, Sandra Cavalcanti tira o lixo da valeta com auxílio de vassoura, todos os dias.
Moradores relatam rachaduras nas paredes dos imóveis e deformidades no piso. “O chão do meu quarto chia quando eu ando”, diz Sandra. Eles não contam com serviço dos Correios e usam endereço de parentes para receber correspondências.
A Prefeitura do Recife não disponibilizou técnicos para explicar os defeitos no residencial. Disse, apenas, que começou a implantar a rede coletora de águas pluviais no local, para evitar o escoamento da água na avenida, quarta-feira passada. O serviço, incluindo a recuperação do asfalto, deve terminar dia 30 próximo.
Por meio de nota, a Secretaria municipal de Saneamento limitou-se a dizer que técnicos da gerência do Prometrópole visitarão o Conjunto Habitacional Palha de Arroz, na manhã de hoje, para identificar a origem dos problemas.

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