sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Indicado aos Oscar de melhor filme e melhor filme estrangeiro, Amour estreia no Recife

O diretor austríaco Michael Haneke não é chegado a melodramas. Por isso que o título de sua nova obra, Amor, que concorre simultaneamente ao Oscar de melhor filme estrangeiro e de melhor filme, poderia enganar os desavisados. Não seja um deles. A história, que se passa praticamente dentro de um apartamento elegante de um casal de octogenários professores de música parisienses, tem um ritmo lento e um desfecho que já é antecipado já na primeira cena dos 127 minutos. Haneke não quer enganar ninguém.
Porque o que interessa a ele é mostrar como uma relação muda quando umas das partes necessita de ajuda. Anne (Emmanuelle Riva, indicada ao Oscar de melhor atriz) tem um acidente vascular cerebral e acaba com parte do corpo paralisada. Seu marido Georges (Jean-Louis Trintignant), a princípio tenta administrar a situação sozinho, evitando expor a fragilidade da mulher, a pedido dela, da própria filha Eva (Isabelle Huppert), dos amigos e depois das enfermeiras. O amor que dá título ao filme pode ser catado nas migalhas dos pequenos gestos, nos abraços que se tornam sacrifícios, nas recordações dos dias que foram mais felizes, quando a música era sinônimo de vida.

Georges e Anne vivem há tanto tempo juntos que conhecem muito bem os seus limites. Ou quando é necessário ultrapassá-los. Michael Haneke acredita que cinema não é só diversão. Seu filme não vai agradar a todos, mas não se pode amar (quase) todo mundo.

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