Porque o que interessa a ele é mostrar como uma relação muda quando umas das partes necessita de ajuda. Anne (Emmanuelle Riva, indicada ao Oscar de melhor atriz) tem um acidente vascular cerebral e acaba com parte do corpo paralisada. Seu marido Georges (Jean-Louis Trintignant), a princípio tenta administrar a situação sozinho, evitando expor a fragilidade da mulher, a pedido dela, da própria filha Eva (Isabelle Huppert), dos amigos e depois das enfermeiras. O amor que dá título ao filme pode ser catado nas migalhas dos pequenos gestos, nos abraços que se tornam sacrifícios, nas recordações dos dias que foram mais felizes, quando a música era sinônimo de vida.
Georges e Anne vivem há tanto tempo juntos que conhecem muito bem os seus limites. Ou quando é necessário ultrapassá-los. Michael Haneke acredita que cinema não é só diversão. Seu filme não vai agradar a todos, mas não se pode amar (quase) todo mundo.
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