domingo, 25 de setembro de 2011

Doação de órgãos cai 32% no ano e palestras tentam motivar adesões

Comunidade está convidada para o evento que espera reunir 150 pessoas

 Famema (Faculdade de Medicina de Marília) vai lembrar o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos com duas palestras sobre o tema no próximo dia 29 de setembro, quinta-feira, às 19h, no anfiteatro da faculdade. Eventos são abertos ao público e profissionais da saúde.
O Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos é comemorado no próximo dia 27 de setembro, terça-feira. Os temas abordados nas palestras são ‘Diagnóstico de Morte Encefálica’ e ‘Responsabilidade Social na Doação de Órgãos’ que devem atrair um público de 150 pessoas.
Para a enfermeira responsável pelo serviço de procura de órgãos do Hospital das Clínicas, Débora Gutierrez, a palestra é uma oportunidade de divulgar melhor e desmistificar o tema.
“Queremos orientar as pessoas a externarem aos familiares o desejo da doação de seus órgãos aos familiares, caso aconteça alguma fatalidade é o parente que autoriza ou não”, explica.
O cenário de doações em Marília sofreu uma queda significativa no comparativo com o ano passado, segundo os dados do Serviço de Procura de Órgãos e Tecidos do município.
De janeiro até agora foram registradas 17 doações número considerado baixo. No mesmo período do ano passado foram contabilizadas 25 doações. Durante todo o ano de 2010 a cidade teve 32 doadores. “Acredito que essa queda de doações se deve à falta de conhecimento e de divulgação do tema”, aponta Débora.
Hoje quem autoriza a doação de órgãos são os familiares de 1º e 2º grau e a esposa ou marido do paciente, que muitas vezes não sabem do desejo do doador, segundo a enfermeira. “Nossa grande dificuldade ocorre quando a família não tem conhecimento do desejo, ficam na dúvida e infelizmente acabam optando por não doar”, explica.

Compatível, pai doa rim ao filho

A dor de ter perdido o marido, Jorge Feliciano dos Santos, 57, em um acidente de trânsito não impediu que a doméstica Lúcia Longe dos Santos, 61, deixasse de ajudar quem espera na fila por um transplante.
“Foi uma decisão difícil pelo momento que estávamos vivendo, mas é sim ou não. E optamos pelo sim, pela vontade dele ainda vivo”, disse a viúva.
A pedido do marido, ela e a filha Josane optaram por doar seus órgãos como fígado, rins e córneas.
Em outro caso, o amor de pai também salvou a vida do ajudante de lavanderia Anderson Ricardo Magi, 29, que há cinco anos precisou de transplante de rim. Ele conta que foram intermináveis oito meses de hemodiálise três vezes por semana, com a duração de quatro horas cada. “Eu era todo cheio de vida e de repente precisar passar tanto tempo no hospital me derrubou”, disse.
Os exames com os familiares acusaram incompatibilidade dos irmãos mas o pai Valdir José Magi, 47, bateu e pode doar. Anderson considera o ato de amor do pai o mesmo que nascer de novo. Hoje ele comemora duas datas de aniversário e dá mais valor à vida.
O transplantado lembra a importância de divulgar que é possível ser um doador vivo. “Muitas pessoas pensam que só com a morte se pode ajudar, mas uma situação dessas nos mostra diferente”, disse.

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