quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Pastora é acusada de escravizar criança indígena em Goiás

Uma pastora evangélica foi denunciada pelo Ministério Público Federal em Goiás por submeter uma criança indígena de 11 anos a uma condição análoga a escravidão em Goiânia (GO).
De acordo com a Procuradoria, a criança foi forçada a fazer trabalhos domésticos na casa da pastora entre maio de 2009 e novembro de 2010.
A criança é de uma aldeia que fica em Barra das Garças (MT) e foi para Goiânia para um tratamento médico. A família se hospedou na Casa de Saúde do Índio, mas o pai teria sido orientado a não deixá-la sozinha no local, devido ao risco de abuso sexual.

O pai da menina procurou a igreja para receber apoio material e religioso. Por indicação da igreja, ele levou a menina até a pastora . A suspeita teria se oferecido para cuidar da criança, sob pretexto de lhe dar educação.
A ação afirma que a criança era obrigada, entre outras tarefas, a limpar o banheiro e o chão da casa, lavar e passar roupas e lavar a louça.
“Aproveitando-se de sua pobreza e necessidade, submeteu-a, com vontade livre e consciente, a exaustivos e penosos serviços domésticos de natureza contínua, explorando-a”, diz o procurador Daniel de Resende Salgado, autor da ação.
Segundo o procurador, a pastora costumava ameaçar a criança a castigos e a submetia a longas horas de trabalho doméstico.
O procurador diz que a criança não era paga pelo serviço e humilhada ao ser chamada de “mucama”.
A criança foi também obrigada a distribuir panfletos da igreja na cidade.
De acordo com Salgado, os professores onde a menina estudava perceberam que ela sempre aparentava cansaço, indisposição e hematomas.
Pelo pedido da Procuradoria, a pena pode chegar a 16 anos de prisão.
"Isso serve de alerta para que pais, mesmo em condições de pobreza, não entreguem os filhos para outra pessoa criar. Isso pode fazer com que, em vez de educada, a criança venha a ser submetida a trabalhos forçados e maus-tratos", diz o procurador.

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