quinta-feira, 19 de abril de 2012

Impacto com Projeto de Engorda da Orla Preocupa os Pescadores

Orla do Janga, Paulista-PE

 Uma audiência pública discutiu nesta terça-feira (10) os impactos das obras do Projeto de Recuperação da Orla Marítima dos Municípios de Paulista, Olinda, Recife e Jaboatão dos Guararapes, que abrangerá uma extensão de 48 quilômetros. Muita gente foi ao auditório Tabocas, no Centro de Convenções, conhecer a iniciativa, que deve começar no início de 2013 e durar, aproximadamente, um ano e meio. O Movimento de Pescadores e Pescadoras do Estado (MPP-PE) mostrou preocupação com a dragagem de uma jazida na região do Cabo de Santo Agostinho.
 O serviço vai retirar areia do local para engordar faixas de 19 praias, principal ação do projeto.
Sob a influência do Conselho Pastoral dos Pescadores, uma pastoral social que  desenvolver um trabalho de defesa dos direitos dos pescadores de todo o Brasil, os pescadores da região metropolitano do Recife,  estão viabilizando uma forma de reabrir o debate sobre o projeto;
“Com a retirada de mais de 7 milhões de M3 de areia, grandes impactos acontecerão na vida dos profissionais da pesca artesanal, principalmente os que vivem no município do Cabo: assoreamento das praias do município, queda na produção de peixes, a extinção dos alevinos que ficam nos 
Orla de Jaboatão
bancos de areias e a mudança de correnteza que pode alterar a qualidade do pescado de toda a região metropolitana. Sem falar que a dragagem influencia na vida marinha por depositar óleos, resíduos e poluição sonora, afugentando os peixes, no entorno das jazidas de areia”, reclamam. “A gente não é contra o projeto, mas contra a dragagem, porque a gente sabe que qualquer uma tem um impacto incalculável, que pode não ser recuperado nunca. É do solo que vem os nutrientes que engordam os peixes. Por que eles não tiram de outro lugar?”, criticou Laurineide Santana, integrante da Pastoral dos Pescadores, que apoia o movimento.
Orla de Olinda
De acordo com coordenadora do Gerenciamento Costeiro do Estado, Andrea Olinto, a dragagem trará apenas impacto temporário. “A jazida foi localizada por um grupo de estudo da UFPE, que recomenda a retirada [de areia] entre um metro e meio do volume. Se eu tirar meio metro, vai render mais de 20 milhões de metros cúbicos. Então, a ideia é tirar uma quantidade que gere o menor impacto possível. Ele vai acontecer, mas só na hora da dragagem. Como a área é muito dinâmica, ela vai se recompor rapidamente, com o transporte natural de sedimentos. As praias de Ipojuca vão alimentar as do Cabo [de Santo Agostinho]“, explicou.
A partir da audiência, a CPRH deve emitir a licença prévia até o final de abril. “A CPRH está analisando o estudo para emitir licença e vai levar em consideração os questionamentos feitos na audiência. As sugestões com fundamento serão incorporadas. Além do licenciamento, também vamos atuar no monitoramento e fiscalização das obras para ver se tudo está sendo cumprido”, falou o presidente da CPRH, Hélio Gurgel.
Orla do Recife
Depois da emissão da licença prévia, será aberta a licitação do projeto executivo, orçado em cerca de R$ 350 milhões. O serviço deve começar em Jaboatão dos Guararapes, que já teve o projeto executivo licitado
“O que ficou claro é que o Governo não ouviu os pescadores, apenas realizou encontros em algumas colônias, o que não representa o movimento como todo, para saber as necessidades. O projeto como um todo não foi apresentado e o dialogo com esses pescadores se deu na forma compensatória de uma bolsa financeira enquanto a obra estiver sendo executada. Mas o que os pescadores e pescadoras artesanais querem é dignidade e garantia das terras, águas, do trabalho, da 

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