terça-feira, 17 de abril de 2012

Teste de sangue pode revelar depressão em adolescentes

Cientistas podem ter desenvolvido um teste de sangue capaz diagnosticar depressão em adolescentes e jovens. O teste, que ainda está nos seus estágios iniciais de desenvolvimento, encontrou 11 marcadores que podem ser sinais da doença. A pesquisa foi publicada na revista Translational Psychiatry, nesta terça-feira

A depressão atinge 1% da população com menos de 12 anos, e de 17 % a 25% da população de adolescentes e jovens adultos. O transtorno é ainda mais sério quando atinge pessoas com menos de 25 anos, pois pode atrapalhar seu desenvolvimento, levar ao abuso de substâncias de drogas e ao aparecimento de graves doenças físicas e de ordem psiquiátrica.
Atualmente, os médicos só conseguem diagnosticar o distúrbio por meio de seus sintomas. Segundo Eva Reid, psiquiatra da Northwestern University nos Estados Unidos e responsável pelo estudo, os cientistas precisavam de um meio mais seguro de fazer esse diagnóstico. Para isso, sua equipe buscou marcadores que diferenciassem o sangue de adolescentes depressivos e saudáveis, e mostrassem a ativação de genes específicos.
Na primeira etapa da pesquisa, eles analisaram o sangue de uma linhagem de ratos selecionada com características da depressão adolescente, e encontraram 26 marcadores que os diferenciavam de ratos saudáveis. A hipótese do estudo é que esses mesmos marcadores poderiam ser encontrados nos humanos.
Num segundo momento, a equipe analisou o sangue de 28 adolescentes de 15 a 19 anos, dos quais metade era depressiva. Dos 26 marcadores analisados, 11 também serviram para diferenciar os humanos portadores do transtorno. Esses marcadores mostravam a ativação de genes envolvidos na transcrição do DNA, no neurodesenvolvimento e na neurodegeneração. Além disso, os cientistas encontraram 18 marcadores que separavam os pacientes que sofriam apenas de depressão daqueles que sofriam de depressão e ansiedade.
O estudo tem algumas limitações, como o pequeno número de voluntários e de marcadores pesquisados. No entanto, seu resultado deve levar ao desenvolvimento de pesquisas maiores e talvez, no futuro, de um exame confiável para diagnosticar o distúrbio.

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