Por trás do forte apelo de consumo de cosméticos para a beleza de homens e mulheres podem estar escondidos perigos para a saúde. O alerta foi feito pela farmacêutica Rita de Cassia Dias, responsável pelo Grupo de Vigilância Sanitária em Cosméticos.
— É importante certificar-se de que o produto tem procedência legal ou que seja registrado no Ministério da Saúde por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária — diz a farmacêutica.
O cuidado com o uso de cosméticos vai além da armadilha de produtos clandestinos em oferta. O uso inadequado de produtos, mesmo que regulamentados, pode trazer problemas ao consumidor. É o caso, por exemplo, de cremes utilizados sem orientação médica para descamação da pele à base de ácido retinóico, que, segundo a farmacêutica, podem provocar até queimaduras de segundo grau.
Irritações e alergias estão entre os principais efeitos do uso inadequado de produtos de beleza apontados em 120 notificações analisadas pela Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo. Reações como essas foram relatadas por médicos, serviços de saúde e consumidores em 60% das notificações do Centro de Vigilância Sanitária.
Vermelhidão e coceira aparecem em 35% das notificações e queimaduras, em 8%. Mais da metade (54%) dos problemas decorrentes do uso de cosméticos referem-se a agressões à pele, aos olhos e a outras partes do corpo, incluindo cabelos e unhas. Há registro também de reclamações contra alisantes e produtos para hidratação e maciez dos cabelos, protetores solares, fraldas descartáveis, desodorantes e cremes antirrugas e anticelulite.
Conforme a responsável pelo Grupo de Vigilância Sanitária em Cosméticos, o levantamento aponta que as reações por cosméticos são causadas, sobretudo, pelo livre acesso das pessoas aos produtos, pelo uso inadequado ou precoce e pela crença de que cosméticos não fazem mal à saúde.
Notificações para a Vigilância Sanitária podem ser feitas por meio do endereço eletrônico www.cvs.saude.sp.gov.br
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