Um juiz foi nomeado nesta quarta-feira para chefiar o governo interino da Grécia até a nova eleição, marcada para 17 de junho. O chefe do Conselho de Estado, Panagiotis Pikramenos, ocupará o cargo de primeiro-ministro, mas não terá poder para tomar nenhuma decisão internacional vinculante.
A Grécia anunciou a realização de uma nova votação após a última negociação para a formação de uma coalizão de governo ter falhado na terça-feira. Na primeira eleição, de 6 de maio, nenhum partido conseguiu votos suficientes para formar governo.
A nomeação de Pikramenos como premiê interino foi decidida nesta quarta-feira em uma reunião entre o chefe de Estado, Karolos Papoulias, e os líderes dos partidos políticos gregos com representação parlamentar, com exceção do Amanhecer Dourado, que se negaram a participar.
Os ministros do governo interino serão nomeados pelo presidente.
O novo primeiro-ministro é um jurista de 67 anos que desde 2010 preside o Conselho de Estado, a Suprema Corte grega para assuntos administrativos. Ele entrou na instituição em 1976 e deve ficar na presidência até sua aposentadoria, em 2014.
O impasse político na Grécia fez aumentar o debate sobre se o país deve ou não continuar com as medidas de austeridade exigidas pelos credores do país. Pesquisas apontam que a Syriza, como é conhecida a coalizão de esquerda que se opõe às medidas de austeridade, venceria a nova votação, mas não obteria votos suficientes para uma maioria parlamentar. A Syriza ficou em segundo lugar na votação de 6 de maio.
A incerteza aumenta o temor entre líderes da União Europeia de que a Grécia eleja um governo contrário às medidas de austeridade, o que poderia forçar o país a sair da zona do euro.
Mas o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, buscou tranquilizar os mercados. “Não estamos planejando a saída da Grécia, ninguém está”, afirmou. “Isso não ajudaria nem a Grécia nem a União Europeia, e, aliás, seria algo extraordinariamente difícil de se fazer.”
A Syriza quer renegociar o pacote de resgate, mas manter a Grécia na zona de euro.
Gregos furiosos com a forma como os dois principais partidos lidaram com a crise financeira que deixou o país dependente de resgates internacionais - que provocaram cortes de salários e elevaram a taxa de desemprego a um dos maiores níveis da Europa - negaram a maioria do Parlamento ao Nova Democracia e ao Pasok, que integravam a coalizão de governo que aprovou as medidas, preferindo votar em partidos menores, às vezes extremistas, na esquerda e na direita.
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