A CPI do Cachoeira reagiu nesta sexta-feira ao pedido da defesa do contraventor Carlinhos Cachoeira para que o depoimento dele, marcado para a próxima terça-feira, dia 22, seja novamente adiado. O pedido foi feito na noite desta quinta-feira pelo advogado de Cachoeira, Márcio Thomaz Bastos, que alegou falta de tempo para analisar os documentos à disposição da comissão de inquérito.
Para rebater os argumentos do advogado, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) revelou na manhã desta sexta-feira que apenas um advogado e uma perita do escritório de Thomaz Bastos foram à sala da comissão somente um dia na semana, após a liberação dos documentos do inquérito para a defesa, na quarta-feira. Os dois ficaram na sala que guarda o inquérito pouco tempo. O advogado Augusto de Arruda Botelho Neto ficou apenas meia-hora dentro da sala e a perita Kamilla Cristina de Matos Souza permaneceu no local duas horas e vinte minutos.- Eles não usaram o tempo disponível. Não estiveram aqui ontem, não estão aqui hoje e estão reclamando que não tem tempo suficiente. Uma de duas, ou o tempo seria considerado insuficiente assim que visto que foi deferido e eles já pediriam novo prazo, ou viriam trabalhar aqui e esgotado o prazo pediriam um novo prazo. Da maneira como foi feito ficou muito claro que não é o uso adequado adequado do exercício do direito de defesa. Isso é uma protelação - rebateu Miro Teixeira.
Desde terça-feira, dia 15, a CPI autorizou o uso indiscriminado da sala pelos advogados. Todos os dez computadores a que os deputados têm acesso podem ser usados, inclusive ao mesmo tempo, pelos integrantes da defesa. O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), decidiu inclusive autorizar que os advogados usem a sala neste fim de semana. Tudo para evitar que que o Supremo Tribunal Federal (STF) suspenda novamente o depoimento, marcado para a próxima terça.
Originalmente, Cachoeira deveria ter prestado depoimento na terça-feira passada, mas uma decisão do ministro Celso de Mello suspendeu a audiência por ter entendido que os advogados não tinham conseguido acesso a todos os documentos da CPI e que, portanto, o direito de defesa havia sido cerceado.
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