Os agricultores, que respondem por cerca de 6% do Produto Interno Bruto de Pernambuco, já contabilizam prejuízos provocados pela seca na ordem de R$ 411 milhões, como perdas de 370 mil toneladas de grãos. “Esta é a maior seca dos últimos 50 anos. Tivemos 25% de precipitação de chuvas nos últimos seis meses”, afirmou o secretário.
Pelas contas do governo, nos quatro primeiros meses deste ano, o setor pecuário registrou 120% mais saídas de animais do estado (bovino, caprino e ovino) do que no mesmo período do ano passado. “Isso significa que estamos perdendo rapidamente nosso rebanho, que chega a 6 milhões de animais. Se o rebanho ficar aqui, morre porque não tem água ou pasto”, explicou Ramos.
Para Marcelo Cauás Asfora, presidente da Agência Pernambucana de Águas e Clima de Pernambuco (Apac), não é possível estimar com precisão os prejuízos. Segundo ele, os impactos na agricultura vão afetar outros setores que dependem dos produtos.
Os governos federal e estadual disponibilizaram recursos para construção de cisternas que vão acumular águas das próximas chuvas e armazenar a água que está sendo levada por 800 carros-pipas. A Secretaria de Agricultura de Pernambuco também informou que autorizou a distribuição de sementes de milho para plantio e ração, mas ainda não existem medidas estruturais para enfrentar o problema da seca no estado.
Irrigação
“Existe um conjunto de ações para reduzir as perdas, mas tem que pensar em ações de médio e longo prazo, como dotar de infraestrutura a região. Embora não tenha como prever como será a seca deste ano, quem nasce no sertão sabe que vai enfrentar o problema”, disse Asfora.
Segundo o presidente da Apac, hoje existem duas obras em andamento que, se estivessem prontas, poderiam resolver o problema de abastecimento de 80 municípios que estão em emergência. “A Adutora do Pageú, que captaria água do Rio São Francisco, e Adutora do Agreste, que vai atender a 60 municípios do Agreste e outras 70 localidades. Ao longo dos anos se criou um passivo muito grande de investimento nessas áreas. E, agora, a eliminação do racionamento começou a ser vista como prioridade”, disse.
Outra iniciativa que pode produzir frutos já nesta estiagem é a ampliação do projeto de áreas de cultivo irrigado no estado. A tecnologia já está presente em mais da metade do município de Petrolândia, onde agricultores familiares conseguiram garantir a produção.
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