sexta-feira, 22 de junho de 2012

Autor de massacre na Noruega pede absolvição no fim de julgamento


O julgamento de Anders Behring Breivik, autor confesso do massacre de 77 pessoas na Noruega em 22 de julho, terminou nesta sexta-feira com o assassino em massa pedindo à corte em Oslo que o considere são e o absolva das acusações de terrorismo e reiterando que as mortes foram necessárias para proteger a Noruega de se tornar um "inferno multiculturalista".
Em protesto, as famílias se retiraram do local enquanto ele tentava justificar os crimes. Lendo uma declaração previamente preparada, o militante antimuçulmano apontou tudo que ele acha de errado na Noruega, desde a imigração até a liberação das mulheres. Depois de sua declaração, o juiz declarou o fim do julgamento e disse que um veredicto e a sentença seriam apresentados em 24 de agosto.

Previamente, seu advogado, Geir Lippestad, pediu que Breivik seja declarado mentalmente capaz de assumir seus atos, rejeitando o pedido da promotoria, que deseja qualificá-lo comojuridicamente incapaz. Se for declarado insano, Breivik deve ser internado em um manicômio judicial em vez de cumprir pena de prisão.
"Breivik deseja ser punido por suas ações - ou seja, ser tratado como criminalmente são pela corte", disse o advogado. "Se olharmos os direitos humanos básicos e levarmos em conta que o réu tem um projeto político - ver suas ações como uma expressão de doença é retirar um direito humano básico, o direito de assumir as responsabilidades pelas próprias ações", afirmou Lippestad.
Peritos psiquiátricos apresentaram laudos conflitantes sobre a sanidade de Breivik, que em 22 de julho deixou 8 mortos com a explosão de um carro-bomba perante prédios públicos de Oslo, e em seguida deixou 69 mortos, a maioria adolescentes, num acampamento do governista Partido Trabalhista na Ilha de Utoya, perto da capital.
Ele disse que queria punir os trabalhistas por seu apoio ao multiculturalismo e à imigração. Para comprovar sua tese de motivação política, Lippestad disse que Breivik poupou na Ilha de Utoya algumas pessoas que ele considerou não serem politicamente ativas, e preferiu cometer a chacina no acampamento trabalhista em vez de matar indiscriminadamente nas ruas de Oslo.
A defesa também alega que todos os que mantêm contato com Breivik desde sua prisão o descrevem como calmo e comportado. "Não há sinais de violência nessas relações. Não foi a violência que tem sido o motor da sua vida", disse Lippestad.

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