O pensamento de Josué de Castro (1908-1973), o pernambucano que chamou a atenção do mundo para os problemas da fome e da sua politica mundial, ganha neste sábado (16), às 19h e domingo (17), às 17h, no Sesc Santo Amaro, uma nova expressão, agora pelo teatro, com o espetáculo “Homens e Caranguejos”. A peça, com entrada franca, é dirigida pela recifense Luciana Lyra e encenado pelo Coletivo Cênico Joanas Incendeiam, das atrizes Beatriz Marsiglia, Camila Andrade, Juliana Mado e Letícia Leonardi, de São Paulo.“Homens e Caranguejos” é baseado no único romance de Josué. Escrito em 1966, foi adaptado para o teatro pela primeira vez três anos depois, pela francesa Gabriele Cousin, mas nunca foi encenado num palco.
Para a montagem, o grupo criou interfaces do texto romanceado com a realidade de comunidades existentes no Brasil contemporâneo. Para Luciana e o coletivo a ideia não é a transposição literal do romance, mas “a criação de fricções entre o universo criado por Josué e o cotidiano de duas comunidades brasileiras”, no caso a Ilha de Deus, no Recife, e o Boqueirão, em São Paulo, que foram pesquisadas durante dois anos.
A trama do espetáculo gira em torno de um menino, que chegou à cidade e aos mangues com seu pai, fugindo da seca, depois da morte do irmão mais velho. Sua vida se divide entre trabalhar para um padre, como catador de caranguejos, entre a vontade de brincar e a amizade com Cosme, um homem sábio que vive no seu mocambo com suas pernas imóveis.
No processo de criação, duas abordagens nortearam a ação artística: a ‘Mitodologia em Artes Cênicas’ - complexo de procedimentos de criação, que relaciona os mitos pessoais de cada artista ao tema abordado no espetáculo, e a ‘Artetnografia’ - expressão cunhada por Luciana em sua tese de doutorado, que dá nome a uma pesquisa de campo vinculada a estratégias antropológicas com a criação cênica.
No processo de criação, duas abordagens nortearam a ação artística: a ‘Mitodologia em Artes Cênicas’ - complexo de procedimentos de criação, que relaciona os mitos pessoais de cada artista ao tema abordado no espetáculo, e a ‘Artetnografia’ - expressão cunhada por Luciana em sua tese de doutorado, que dá nome a uma pesquisa de campo vinculada a estratégias antropológicas com a criação cênica.
“Homens e Caranguejos” vem sendo apoiado pelo ProAC, da Secretaria do Estado da Cultura de São Paulo, e estreou no dia 26 de maio por lá. Em seguida, o espetáculo se apresentou por diversas cidades do interior paulista, como Suzano e Mogi das Cruzes.
Ainda hoje, será ministrada uma oficina (de 8 às 13h) para apenas 25 participantes abordando a “Mitodologia em Artes Cênicas aplicada ao trabalho do ator”. Essa oficina será dada apenas no Recife, fechando o ciclo do evento.
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