quinta-feira, 12 de julho de 2012

China indeniza mulher forçada a abortar com 7 meses de gravidez


Depois de ser obrigada a abortar grávida de sete meses e chocar a opinão pública com imagens junto ao feto, a chinesa Feng Jianmei foi indenizada em US$ 11 mil (R$ 23,2 mil), com base em um acordo extraoficial pactuado entre a família e as autoridades.
A quantia foi revelada nesta quarta-feira pela imprensa estatal do país asiático, que afirmou que a família aceitou o dinheiro "para poder voltar à vida normal", segundo explicou o marido de Feng, Deng Jiyuan, ao jornal South China Morning Post.
O advogado da família, Zhang Kai, confirmou que se trata de um acordo extraoficial feito com o governo do distrito de Zenjia, na província de Shaanxi. Segundo Zhang, o pacto foi firmado na noite de terça-feira. Após o acordo, a família retirou o processo que buscava uma compensação do Estado.
Para a opinião pública, o dinheiro recebido na indenização "não é suficiente" para compensar o que a vítima, de 29 anos, passou. Feng teve que abortar por não ter como pagar uma multa imposta pela China.
O país, que tenta controlar o fluxo de natalidade, cobra uma multa de cerca de 40 mil iuanes (R$ 12 mil) de famílias que tiverem mais de um filho, com base em uma política vigente na China desde 1979.
Feng já teve alta do hospital e está se recuperando. Não se sabe se a família voltou para sua cidade natal, onde no mês passado sofreu pressão por parte de autoridades municipais.
A repercussão internacional do caso foi provocada pela difusão das imagens da mãe na internet, enquanto o marido revelou que Feng foi detida por três dias, forçada a abortar e, posteriormente, a assinar um documento de consentimento.
Diante da repercussão e da atitude das autoridades chinesas - que pediram um perdão público à mãe e demitiram três funcionários-, o advogado da família acredita que os abortos forçados "vão diminuir" na China, já que o regime comunista "irá tomar mais cuidado, devido à influência do caso".
No entanto, o acordo entre família e autoridades afirma que "nenhuma das duas partes voltará a formular queixas sobre o sucedido", segundo publicou nesta quarta-feira a agência oficial Xinhua.

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