Carla comparou as relações entre o desempenho escolar no ensino fundamental regular, correspondente às 4ª e 8ª séries, em escolas urbanas e rurais do estado e o perfil socioeconômico dos alunos, além de avaliar políticas públicas para a Educação no meio rural. A pesquisa avalia os impactos do projeto do governo federal “Por uma Educação do Campo” iniciado na década de 1990, que visava diminuir a marginalização das escolas do campo em relação às urbanas.
O dados do Inep utilizados foram o Prova Brasil de 2007 a 2009, o Censo Escolar de 2009, e Índice de Desenvolvimento e Educação Básica (Ideb) de 2007 a 2009. A administradora analisou esses dados por dois critérios, sendo o primeiro a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o segundo a classificação proposta pelo agrônomo, economista e professor José Eli da Veiga, na qual considera-se a proximidade dos municípios em relação aos centros urbanos para classificá-los como rurais, não só a quantidade de habitantes que este município possui. Dessa forma, o número de escolas consideradas como pertencentes a municípios rurais é mais abrangente, possibilitando uma melhor comparação com as escolas urbanas.
Poder de análise
Ainda, o IBGE exige um limite mínimo de trinta alunos matriculados na série a ser avaliada para reconhecê-la em determinações de qualidade. “Isso reduz o poder de análise do desempenho de escolas menores” alega Carla. Por possuir menos alunos que o limite determinado, muitas escolas rurais, principalmente as municipais, não participam do cálculo do Instituto.
Por isso, a pesquisadora considerou normal que os dois métodos de análise apontassem resultados diferentes em seu estudo. Para o IBGE, o desempenho do aluno urbano se sobressai ao do aluno rural, no entanto, submetendo os dados ao critério de Veiga, o aluno rural tem desempenho muito melhor.
Carla diz que a aplicação da sua pesquisa pode ajudar na determinação de políticas públicas para população rural, pois outro aspecto avaliado no seu mestrado foi a influência dos índices socioeconômicos dos alunos no desempenho escolar. A pesquisadora detectou que boas condições econômicas melhoram as notas e a frequência dos jovens. “Esses levantamentos podem ser utilizados em diretrizes para estudos sobre a influência dos pais na Educação” finaliza.
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