Com a decisão dos juízes, cai a teoria de que o sequestro das crianças, embora em grande escala, era feito "improvisadamente" por oficiais de baixa patente, sargentos e soldados, sem um planejamento centralizado. O roubo de bebês é considerado crime imprescritível.
Além de Videla e Bignone, também foram condenadas nove pessoas, incluindo o almirante Antonio Vañek, que recebeu 40 anos de prisão. O ex-capitão da Marinha Jorge "El Tigre" Acosta, que ganhou fama nos porões argentinos por estuprar as prisioneiras, foi sentenciado a 30 anos. Acosta – que tinha delírios místicos e dizia que falava com "o Menino Jesus" – já acumula uma pena de prisão perpétua.
Dos 35 bebês sequestrados cujos casos foram analisados pelos juízes, 26 recuperaram suas identidades nas últimas décadas. Destes, 20 prestaram depoimento no tribunal. Uma das crianças que ainda permanece desaparecida é Guido Carlotto, neto da líder das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto.Organizações de defesa dos direitos humanos calculam que 500 bebês foram sequestrados pelo regime argentino. Principalmente graças ao trabalho das Avós da Praça de Maio, 105 crianças desaparecidas – atualmente adultos – foram identificadas e retomaram contato com suas famílias biológicas.
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