quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Conheça Natasha, a chimpanzé-gênio


Natasha, primata do Santuário de Chimpanzés da Ilha de Ngamba, em Uganda, sempre pareceu diferente de seus colegas. Ela aprendeu a escapar de sua jaula, provoca os assistentes que trabalham no local e tem sempre o melhor desempenho em testes de comunicação. Agora, Natasha ostenta um novo título: gênio. Na maior pesquisa já realizada para avaliar a inteligência de símios, cientistas avaliaram-na como a mais brilhante entre 106 chimpanzés.
— Natasha foi realmente muito melhor do que os outros chimpanzés —descreve a bióloga Esther Herrmann, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, da Alemanha.
Esther e seus colegas começaram seu estudo comparando as habilidades de animais e de crianças humanas. Durante esta análise, a equipe reparou que, entre os chimpanzés, havia uma vasta gama de desempenhos. Os pesquisadores, então, se perguntaram se haveria um teste para medir esta variação de inteligência dentro daquela espécie — e se seria possível medir os resultados, da mesma forma como o QI faz com os seres humanos.
Os experimentos físicos e sociais foram aplicados em 106 chimpanzés de santuários de Uganda e da República do Congo, e em 23 capturados e que estão na Alemanha. Um dos testes pedia para que os chimpanzés encontrarem comida em uma vasilha, após ela ser misturada a diversos recipientes vazios. Em outra prova, o símio deveria pegar alimentos com uma vara em uma plataforma mais alta.
Os pesquisadores analisaram os dados para determinar se a pontuação em alguns testes ajudariam a pressupor o desempenho em outros.
— Em geral, não víamos qualquer fator que permitira prever a inteligência em todas as áreas — lembra Esther. — Mas, entre todos os chimpanzés, uma se destacou pela performance excelente.
Era Natasha, que os funcionários do santuário — que alimentam os chimpanzés, limpam suas celas e os acompanham em suas caminhadas — sempre disseram que era a mais inteligente do local.
Mas não há qualquer fator na vida de Natasha — atenção extra ou mais tempo passado com humanos, por exemplo — que explique como ela se tornou tão astuta.
— A motivação e o temperamento provavelmente têm um papel - arrisca Esther. — São fatores que serão objeto de maior análise.
Esther admite que pode ter sido apenas uma coincidência o alto desempenho de Esther em todas as áreas, e que outros chimpanzés, não avaliados nesta pesquisa, tenham o mesmo desempenho que ela. A pesquisa quer avaliar uma que, embora tenha ficado fora deste estudo, já mostrou grande aptidão para resolver quebra-cabeças e testes, quando recebe recompensas.
Novas pesquisas com Natasha — e outros eventuais chimpanzés-gênios — poderiam revelar que fatores sociais ou genéticos fazem alguns primatas terem pontuação maior do que outros.


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