A cada seis segundos, uma pessoa no mundo morre vítima de um Acidente
Vascular Cerebral (AVC). Por ano, cerca de 15 milhões de pessoas são
atingidas pela doença e, desse número, seis milhões não sobrevivem. Os
números foram apresentados durante a abertura da 8ª edição do World
Stroke Congress, que reuniu, entre os dias 10 e 13 de outubro,
autoridades médicas do mundo inteiro no Centro de Convenções Ulysses
Guimarães, em Brasília, para discutir os métodos de prevenção e novos
tratamentos para a enfermidade.
O AVC acontece quando o fluxo de sangue no cérebro é prejudicado. A
enfermidade pode ser dividida em dois tipos: o isquêmico e o
hemorrágico. No primeiro, um coágulo é o responsável pelo bloqueio do
sangue no cérebro: já que não recebem a irrigação necessária, as células
do órgão morrem pela falta de oxigênio. O segundo é ocasionado por um
sangramento nas veias, que também impede a circulação do sangue no
órgão. Os danos causados a um paciente por um AVC podem ser duradouros,
irreversíveis e deixar sequelas nas funções cognitivas do paciente.
Atualmente, o AVC é o problema cardiovascular mais comum depois da
doença cardíaca. Os principais fatores de riscos para o surgimento da
disfunção são hipertensão, falta de exercícios, diabetes, obesidade,
colesterol alto, tabagismo e fibrilação atrial – ritmo cardíaco anormal
que aumenta em cinco vezes a chance de ocorrer a doença. Outro fator de
risco, que contribui para a grande incidência de casos da doença, é o
envelhecimento da população.
O tratamento de um AVC é feito basicamente com a trombólise –
ingestão de medicamentos para dissolução do coágulo. Quanto mais rápido o
paciente for medicado, maior a chance de não sofrer com sequelas
graves. De acordo com o presidente da World Stroke Organization (WSO),
Stephen Davis, o tempo perdido no socorro a um doente é tempo de cérebro
perdido. “Mesmo que os sintomas desapareçam em pouco tempo, o paciente
precisa ser socorrido. Quanto mais precoce o tratamento, melhor é o seu
efeito”, explica Davis.
Os pacientes que sofreram um AVC necessitam de um acompanhamento a
longo prazo, além de um apoio psicológico e emocional. Entre as sequelas
que podem acompanhar os doentes, depressão, espasticidade – rigidez ou
tensão dos músculos – e depressão. Por isso, o paciente deve ser
acompanhado por uma equipe multidisciplinar.
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a mortalidade por acidente
vascular cerebral caiu 32% na faixa etária até os 70 anos. Mesmo com
esse número, a doença está entre as principais causas de morte e
internação no País. Segundo a coordenadora do Programa de Neurologia do
Hospital das Clínicas de Porto Alegre, Sheila Martins, 80 % dos
pacientes com AVC são tratados em hospitais públicos do Sistema Único de
Saúde (SUS).
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