quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Os socialistas estão livres para enfrentar o PMDB?


O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, não é de dar ponto sem nó. A sua declaração ao jornal sergipano Cinforme, de que o espaço que o PMDB tem no governo da presidente Dilma Rousseff (PT) é maior do que a sua importância na sociedade, parece ter soado como o sinal de start para que os seus correligionários assumam um discurso que estava entalado na garganta de muitos aliados da petista. Ontem (30), os senadores socialistas divulgaram nota solicitando que os peemedebistas indiquem um nome diferente do alagoano Renan Calheiros para a disputa pelo comando da Casa Alta. Esse grupo de parlamentares sabe que não haverá recuo e, por isso, estará livre para apoiar ou preparar uma postulação alternativa.
Na Câmara Federal, a bancada do PSB já havia se rebelado contra a tentativa de condução do controverso Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) à presidência da Casa. Os socialistas lançaram e estão em plena campanha para emplacar Júlio Delgado (PSB-MG) no posto. O parlamentar, inclusive, durante passagem por Pernambuco, ouviu do governador Eduardo Campos que teria o seu voto se o gestor fosse membro do Legislativo.
Sobre as questões do Parlamento, Eduardo tem procurado, oficialmente, claro, não assumir posição e mantém o discurso de que as bancadas do PSB estão livres para resolver as questões internas de suas respectivas Casas. No entanto, interlocutores do socialista atestam que ele é visto como um dos maiores incentivadores de uma grande mudança no atual quadro que coloca o PMDB, de Renan Calheiros, José Sarney e Cia, como o grande comandante desse Poder.
E a posição marcada pelos socialistas tem como principais aliados o currículo dos peemedebistas lançados às duas presidências e o estágio em que o partido mantém o Legislativo, aprovadores de Medidas Provisórias (MP) e inertes à interferência da Justiça em questões que deveriam caber somente ao Parlamento. A exigência da votação cronológica dos vetos presidenciais, no episódio da apreciação da matéria dos royalties da extração petrolífera, é um exemplo marcante disso.
Fonte:  Gilberto Prazeres,Folha PE

Nenhum comentário:

Postar um comentário