quarta-feira, 10 de julho de 2013

Monólogo premiado A descoberta das Américas aporta na Caixa Cultural

Uma visão irônica e despudorada sobre os primeiros anos de colonização europeia no Novo Mundo. Essa é a matéria-prima do espetáculo A descoberta das Américas, escrito pelo italiano Dario Fo e defendido pelo carioca Júlio Adrião, que ganhou o prêmio Shell com a montagem. A peça entra em curta temporada, desta quarta-feira (10) ao domingo (14), sempre às 19h30, na Caixa Cultural.

O texto foi concebido em 1992, ano em que a viagem de Cristóvão Colombo ao continente americano completou cinco séculos. Já a peça, que nunca havia passado por Recife, completa nove anos de temporada ininterrupta e já foi vista por cerca de 150 mil pessoas. “Quando o Brasil completou 500 anos de colonização, no ano 2000, eu e Alessandra Vannucci, a diretora, julgamos oportuno traduzir esse texto do original em italiano, pois o processo histórico do nosso país tem muita ligação com o tema da peça”, explica Adrião.

O fio condutor da trama é Johan Padan, um malandro rústico, fugitivo da Inquisição que entra no navio de Colombo sem saber onde vai parar. Ao chegar ao destino, convive com os nativos e testemunha os massacres cometidos pelos espanhóis. Preso, escravizado e quase devorado por índios canibais, o personagem reverte a situação com sorte e esperteza. A partir disso, passa a ser visto como Filho da Lua, e guia os nativos em uma batalha decisiva contra os invasores.

Apesar de ter a narrativa fincada na fala, a trama é contada por Adrião com a ajuda de mímicas e onomatopéias. Com a ajuda delas, o artista representa todos os outros personagens da história: índios, espanhóis, peixes, cavalos, e até mesmo Jesus e Maria Madalena. “O próprio Dario Fo sugere que a encenação seja feita em cima do trabalho do ator. O que me atraiu foi a possibilidade de estar só em cena, de fazer um teatro físico e de falar sobre a nossa História”.

Além da venda normal de ingressos, haverá cota de ingressos gratuitos para estudantes de teatro e professores da rede pública, mas o número de entradas está sujeito à lotação do teatro.

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