Uma visão irônica e despudorada sobre os primeiros anos de
colonização europeia no Novo Mundo. Essa é a matéria-prima do espetáculo
A descoberta das Américas,
escrito pelo italiano Dario Fo e defendido pelo carioca Júlio Adrião,
que ganhou o prêmio Shell com a montagem. A peça entra em curta
temporada, desta quarta-feira (10) ao domingo (14), sempre às 19h30, na
Caixa Cultural.
O texto foi concebido em 1992, ano em que a
viagem de Cristóvão Colombo ao continente americano completou cinco
séculos. Já a peça, que nunca havia passado por Recife, completa nove
anos de temporada ininterrupta e já foi vista por cerca de 150 mil
pessoas. “Quando o Brasil completou 500 anos de colonização, no ano
2000, eu e Alessandra Vannucci, a diretora, julgamos oportuno traduzir
esse texto do original em italiano, pois o processo histórico do nosso
país tem muita ligação com o tema da peça”, explica Adrião.
O fio
condutor da trama é Johan Padan, um malandro rústico, fugitivo da
Inquisição que entra no navio de Colombo sem saber onde vai parar. Ao
chegar ao destino, convive com os nativos e testemunha os massacres
cometidos pelos espanhóis. Preso, escravizado e quase devorado por
índios canibais, o personagem reverte a situação com sorte e esperteza. A
partir disso, passa a ser visto como Filho da Lua, e guia os nativos em
uma batalha decisiva contra os invasores.
Apesar de ter a
narrativa fincada na fala, a trama é contada por Adrião com a ajuda de
mímicas e onomatopéias. Com a ajuda delas, o artista representa todos os
outros personagens da história: índios, espanhóis, peixes, cavalos, e
até mesmo Jesus e Maria Madalena. “O próprio Dario Fo sugere que a
encenação seja feita em cima do trabalho do ator. O que me atraiu foi a
possibilidade de estar só em cena, de fazer um teatro físico e de falar
sobre a nossa História”.
Além da venda normal de ingressos,
haverá cota de ingressos gratuitos para estudantes de teatro e
professores da rede pública, mas o número de entradas está sujeito à
lotação do teatro.

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