sexta-feira, 25 de abril de 2014

Tributo ao Rei no Abril Pro Rock

De óculos escuros e camisa aberta até o peito, Reginaldo Rossi e seu topete característico era a própria imagem de um Elvis particular para Pernambuco. Salvas as devidas diferenças, foi o Rei que o Estado encontrou para chamar de seu. Apesar de ser taxado como brega, e ter acatado a alcunha pouco depois, o que Reginaldo buscava quando começou a carreira era fazer rock e, de fato, fez nos seus primeiros discos da década de 1960, quando tentava se enquadrar nos padrões da Jovem Guarda.
Embora tenha causado estranhamento em alguns, encaixar um tributo ao Rei do Brega na programação do Abril Pro Rock afinal não foi uma ideia fora de contexto. “Na época da Jovem Guarda não chamavam o cantor da banda de vocalista, mas sim de crooner. E Reginaldo foi crooner de banda de baile (os The Silver Jets, que tocavam Beatles, Elvis, Roberto Carlos, entre outros). Logo no seu disco de estreia trouxe músicas como ‘O Pão’, que era muito inspirada nessa produção da época. Acho que o nome dele rompe a barreira do brega”, explica o produtor do festival, Paulo André. A música citada, inclusive, entra no show de amanhã na voz de Juvenil Silva, que já usava a composição no repertório dos seus últimos shows. “Sou fã de Reginaldo e escuto com frequência os seis primeiros discos dele. Ele é o pioneiro do rock em Pernambuco, escreveu muita coisa da pesada, como ‘Tô Doidão’ e ‘O Rock Vai Voltar’, entre outras declarações explícitas a sua essência roqueira”, ressaltou o músico.
Trazer Juvenil e outros nomes da nova geração da música pernambucana foi a saída que Paulo André encontrou para atualizar a homenagem feita ao Rei em 1999, quando foi lançado o disco tributo “Reiginaldo Rossi”, também produzido por ele, juntamente com Zé da Flauta. Músicos como Lenine, Lula Queiroga, Otto, Zé Ramalho e outras bandas como Mundo Livre S/A, Comadre Fulozinha e Eddie participaram do projeto que reinventava as músicas de Reginaldo.
“A gente cresce ouvindo ele, mesmo que não seja uma influência direta, é algo inevitável. Eu admiro muito a poética dele e o maior desafio vai ser trazer a linguagem masculina para uma interpretação feminina”, opina Ylana Queiroga, que vai cantar a música “Pedaço de Mau Caminho”, a mesma cantada pelo tio, Lula, no tributo original. Já Zé Manoel, que ficará à frente de "A Raposa e as Uvas", conta que o principal desafio será cantar sem tocar piano.
Vale salientar que grande parte do show se dedica à homenagem de 1999, trazendo alguns convidados que participaram da produção na época, como Fábio Trummer, Ortinho, Cannibal e Isaar, por exemplo. O time de estrelas que completam a homenagem ainda é endossado por Tulipa Ruiz, China, Johnny Hooker e Aninha Martins. Todos os convidados serão acompanhados pela banda The Rossi, que acompanhava o Rei quando era vivo, por isso, as versões devem se equilibrar entre o toque de cada cantor e os arranjos originais.
GARÇOM - A música mais famosa do Reginaldo será interpretada pelo cantor China, que não pôde participar do tributo "Reiginaldo Rossi" por conta da agenda da Sheik Tosado, sua banda na época. No disco de 1999, a música ficou sob a responsabilidade de Otto.
SERVIÇO:Abril Pro Rock - Tributo ReiGinaldo Rossi Quando: Sexta (25), a partir das 20h
Onde: Chevrolet Hall (Av. Agamenon Magalhães)
Ingressos: R$ 30 (meia), R$ 40 (social) e R$ 60 (inteira)

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