sexta-feira, 9 de maio de 2014

PSB de São Paulo defende dissociação da Rede e pressiona Eduardo a apoiar Alckmin

O ex-governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB) está entre a pressão anti-tucana da pré-candidata à vice-presidência na chapa socialista, Marina Silva, e a pressão dos mais de 270 filiados da sigla em São Paulo pelo apoio à reeleição do tucano Geraldo Alckmin (PSDB) ao governo paulista. Os socialistas produziram um manifesto, que está sendo subscrito por prefeitos, vice-prefeitos, deputados federais e estaduais, para solicitar a dissociação do partido do projeto político da Rede, que visa lançar candidato próprio. Segundo o texto, o PSDB oferece ao PSB/PPS, a vaga de vice-governador e, possivelmente, a vaga de senador com o apoio do próprio PPS.

Diz o texto, num tom duro, que “visando a atrair os votos do PSDB paulista, que não são simpáticos à candidatura de Aécio Neves à Presidência da República, o PSB-SP estreitou as relações com o governador e com todo o governo paulista”. O documento anota também que o lançamento de um candidato a governador escolhido pela Rede ou mesmo a opção por uma candidatura própria do PSB, “sem expressão, sem tempo de televisão, sem recursos e contrariando a militância partidária, coloca em risco o projeto nacional”, que é a eleição de Eduardo Campos. "A Rede pretende apoiar a candidatura de Wladimir Saffatle (PSOL) para concorrer ao estado de São Paulo", completa o texto. 

Em um dos trechos mais fortes, o PSB ressalta que “para o espanto e indignação, temos assistido, pela mídia e pelas redes sociais, a um verdadeiro massacre e um total desrespeito ao PSB e ao nome e história de vida do deputado Márcio França. Fomos surpreendidos pela informação de que a REDE/SP, além de vetar o nome do companheiro, apresentou nomes que consideramos inconsistentes para a relevância do cargo. O veto ao nome do partido é inadmissível. Estamos a um mês das convenções e vivendo um empasse que poderá nos levar a um prejuízo irreparável”.
Os correligionários de Eduardo sustentam no documento que, antes da chegada de Marina Silva e da "turma da Rede", o PSB já tinha traçado uma estratégia autorizada pelo diretório nacional, aceitou convite de Alckmin para participar da administração tucana e assumiu a Secretaria de Turismo do Estado. Algo que “possibilitou o apoio recíproco em diversas e importantes cidades paulistas, onde o PSB foi vitorioso” em 2012. O documento afirma ainda que o PSB-SP acolheu prontamente a Rede, compartilhando “desde a sua sede-física até cargos de direção do partido, mantendo reuniões constantes visando a integração.

Diferenças entre Eduardo e Marina

A ex-senadora Marina Silva admitiu, no ato de pré-lançamento das postulações socialistas ao Palácio do Planalto, em abril deste ano, que as diferenças entre PSB e Rede ainda não estavam compleamente zeradas. Logo após a confirmação das pré-candidaturas de Eduardo Campos e Marina Silva, a ala do PSB alinhada ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), trouxe para a pauta planos de redobrar as pressões por uma aliança com os tucanos no maior colégio eleitoral do país.

Em tese, o partido aceitou o pedido de Marina por uma candidatura própria no estado e apresentou o deputado Márcio França (SP) para a vaga. Mas a ideia dos socialistas que defendem a aliança com Geraldo Alckmin é entrar em consenso com os integrantes da Rede, declarando a independência das siglas em São Paulo.

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