Por Gilvanete Cavalcanti
Depois de uma semana de trabalho árduo, utilizando seis ônibus por dia, passando por dois terminais de integração duas vezes por dia, eis o que testemunhei, em 23 de março de 2012.
O veículo da Empresa Cidade Alta, número de ordem 421, saiu do Terminal de Integração da Macaxeira, por volta das 17h40min, com destino ao Terminal de Integração Pelópidas Silveira. Ao fazer uma curva - na praça, localizada no centro do bairro de Jardim Paulista - uma das partes da porta traseira do coletivo desconectou-se, caindo na via pública. Por sorte, não atingiu transeuntes. Sorte maior, a outra parte não se soltou. Pois, servia de apoio a um passageiro. Diariamente, muitas pessoas são expostas a risco de acidentes: seja pelas más condições de conservação da frota, seja pela superlotação. A falta de compromisso, por parte dos gestores do Sistema de Transporte Público no Estado de Pernambuco, com a população que paga caro por um serviço de péssima qualidade, nos enche de indignação. A segurança das pessoas que utilizam os coletivos é de responsabilidade das prestadoras de serviço de transporte de passageiros.
Surpreendente é observar que a maioria das vítimas desse descaso não se dá conta da gravidade da situação. Talvez, induzidos pela mídia, nos programas humorísticos, por exemplo – nos quais a miséria é engraçada – fazem piada das ocorrências mais absurdas. Quando alguém reclama, o faz à pessoa errada: cobrador ou motorista que não têm poder de decisão. Tenho esperança de que, mais dia menos dia, o povo vai acordar e fazer valer os seus direitos; de forma ordeira, dentro da legalidade.
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