Um homem não identificado ateou fogo ao próprio corpo nesta terça-feira em frente a um tribunal de Oslo onde o extremista Anders Behring Breivik está sendo julgado pelo duplo massacre que deixou 77 mortos na Noruega no ano passado.
De acordo com o policial Finn Belle, o homem despejou líquido inflamável no próprio corpo e ateou fogo. “A polícia estava no local e apagou o fogo rapidamente”, afirmou. “O homem sofreu queimaduras e foi levado ao hospital”. Os motivos do protesto não estão claros.
O porta-voz da polícia, Kjell Jan Kverme, disse acreditar que o homem seja norueguês, mas afirmou que as autoridades “não têm 100% de certeza sobre a sua identidade”. Ele acrescentou que os ferimentos são graves, no peito e no estômago.
Este foi o primeiro incidente do lado de fora do julgamento de Breivik. Na sexta-feira, o irmão de uma das vítimas do massacre atirou um sapato contra o extremista e gritou “Seu assassino, vá para o inferno” várias vezes. De acordo com uma jornalista sueca que estava no tribunal, o extremista permaneceu calmo e “sorriu um pouco”. O sapato acertou seu advogado.
O extremista assumiu a responsabilidade pelo duplo ataque, mas se declarou inocente das acusações criminais dizendo que suas vítimas tinham traído a Noruega ao abraçar a imigração.
A questão crucial do julgamento é determinar a sanidade de Breivik e se ele será encaminhado a uma prisão ou à assistência psiquiátrica compulsória pelo ataque duplo. Uma avaliação psiquiátrica o caracterizou como psicótico e "delirante", enquanto outra o considerou competente mentalmente para ser enviado à prisão.
Na segunda-feira, o tribunal começou a ouvir jovens que ficaram feridos durante o massacre na Ilha de Utoya. Uma das testemunhas, Frida Holm Skoglund, 20 anos, contou ter retirado uma bala do próprio corpo e enviou uma mensagem indireta a Breivik: “Nós ganhamos, ele perdeu.”
Frida pediu que o extremista fosse retirado do tribunal dizendo estar nervosa demais para testemunhar diante do homem que tentou matá-la. Relembrando os momentos de horror vividos na ilha, ela contou ter se escondido na floresta e ficado surpresa quando um amigo lhe mostrou que ela tinha uma bala na região da coxa. “Achei que era impossível, que não era uma bala real. Mas senti algo pontiagudo na minha coxa e era mesmo uma bala”, afirmou. “Então a tirei e a joguei longe. Não senti dor.”
Na semana passada, o tribunal que julga Breivik ouviu sobreviventes que não ficaram feridos no massacre de Utoya. Anteriormente foram ouvidos testemunhas do primeiro ataque cometido pelo extremista em 22 de julho de 2011: a explosão de um carro-bomba em Oslo.
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