sexta-feira, 15 de junho de 2012

Lucelia Gomes

NO FUNDO DO POÇO

Não sou mar pra desaguar no oceano
sou abandono que o vento levou
O dessabor que carrego da vida
amarga bebida que em fel se tornou
No desespero cruel e temido
de um bandido que nem medo tem
não sou ninguém como muitos dizem
caminho sem rumo em busca de abrigo
ferindo meu corpo, desgosto tenho
provando o veneno que maltrata a alma
Desfaço o laço que me prendes
na mente sombria e vazia, me escondo
encontro um pouso, que silencia
na vaga lembrança que dela vem
na tristeza que dói, e não faz bem
nos delírios, e ilusões que tem
da vida, espelho que passa
nas avenidas, ruas e praças
largado, imóvel, no fundo do poço
jogado ao léu, espreita a batalha
que se espalha, num final cruel
Sob os olhos do mundo guarda a imagem
sensível presença, faz diferença
as roupas sujas no chão, revelam
o estado físico que ficou
vem o amor, com a sua compaixão
estende a mão , missão cumprida
desperta pra vida, mais um cidadão...

Lucélia Gomes

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