terça-feira, 20 de novembro de 2012

Falta bilhete Zona Azul no Recife


Estacionar nos bairros centrais do Recife está se tornando uma tarefa cada vez mais difícil. Se não bastasse o inchaço das ruas pela grande demanda de carros, a falta de bilhetagem Zona Azul desde a semana passada e a inobservância da fiscalização está gerando um verdadeiro caos no trânsito e na cabeça dos motoristas. Nesta segunda-feira (19), durante a passagem da reportagem da Folha de Pernambuco para observar como anda a disputa pelo espaço público nos bairros do Recife, São José e Boa Vista, a consequência da escassez do bilhete e da fiscalização foi sentida em vários atos infracionais. Agentes de trânsito receberam a orientação de não multar quem estiver sem a folhinha. A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) promete resolver problema ainda esta semana.
Nas ruas e avenidas do Recife Antigo, por exemplo, carros foram flagrados parados nas esquinas, formando filas duplas e motos sobre as calçadas. A fiscalização no local durante boa parte do dia não foi verificada. Naquele local, ainda tendo em vista a falta de espaço, de cupons e de fiscais, alguns flanelinhas informavam que o bilhete estava sendo vendido mais caro e consequentemente motoristas não estariam pagando, estacionando em qualquer lugar.
Seguindo para o bairro de São José, a situação não era diferente com a falta dos bilhetes. Fiscalização no local até foi constatada em um dado momento. No entanto, não foi suficiente para impedir o descontrole dos carros que, sem os bilhetes, mantinham-se estacionados em lugares inapropriados. O aposentado Gilson Campelo, 67 anos, denunciou a situação. “Está muito ruim para estacionar, não tem fiscalização. Até nossa vaga de idoso está sendo ocupada”.
Já no bairro da Boa Vista, mais precisamente na praça Maciel Pinheiro, o desordenamento nas vagas deixadas pela falta de Zona Azul e de fiscalização pegou o bancário Evaldo Filho, 30 anos, e o comerciante André Vinícius, 44, desprevenidos. Os dois estacionaram seus carros sem o bilhete e não sabiam se seriam penalizados. “Fiquei surpreso, pois quando chego sempre vem vários flanelinhas vender a folha. Hoje (ontem), não veio ninguém”, disse André, ao ser informado por um flanelinha sobre a ausência de talão e de fiscais. “Fiquei com medo de estacionar sem o Zona Azul, mas disseram que não multava. Então, estacionei”, acrescentou Evaldo, ao deixar a vaga que utilizou.
Confusões no trânsito e na cabeça dos usuários a parte, através de nota à Imprensa, a CTTU informou que a escassez de talões se deu por problemas na impressão. Entretanto, o órgão afirmou que há talões na sede da companhia e que o fornecimento do mesmo será regularizado ainda esta semana. Aos motoristas que usam o Zona Azul Eletrônico, a CTTU informou que os mesmos poderão continuar a utilizá-los. O órgão ressaltou ainda que os guardas foram orientados a não multar as pessoas pela falta do talão, mas, aqueles condutores que realizarem atos infracionais, como os constatados na reportagem, serão penalizados.
Cupom vendido por valor 5 vezes maior
Uma retórica bastante conhecida em economia: com o aumento da procura e a escassez da oferta a tendência é que o preço do produto aumente. E é justamente isso que vem acontecendo com os bilhetes do Zona Azul. Muitos estabelecimentos credenciados estão sem o produto há uma semana. Por causa disso há quem comercialize o cupom bem mais caro do que o normal. Existe flanelinha cobrando até cinco vezes mais pelo valor oficial do produto.
“Por estarmos com poucas folhas devido à falta de Zona Azul, estamos vendendo cada ‘folhinha’ por R$ 3 e R$ 4. Só que por não ter a fiscalização, as pessoas estão estacionando sem o Zona Azul e em qualquer lugar”, informou o flanelinha Alex dos Santos, 32 anos.
Na praça Maciel Pinheiro, o valor da folha do Zona Azul vendida ontem estava superin­flacionado. De acordo com um flanelinha que preferiu não se identificar, com a ausência, tem dono de fiteiro no local, credenciado a comprar talões e revender ao consumidor final, cobrando até 500% acima do valor oficial da folha, que é R$ 1. “Tem um aqui, perto do antigo posto policial, que estava cobrando R$ 5 aos usuários. Isso é um desrespeito com o cliente”, denunciou.

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