Os manifestantes são funcionários da
empresa baiana de construção civil Advance. Eles atuam na construção do
Presídio de Itaquitinga, na Zona da Mata de Pernambuco, e estão sem
receber os salários há dois meses. Segundo o pedreiro José Marcelino
Santana, de 44 anos, eles também não dispõem de direitos trabalhistas
como pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário e do Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Além disso, alguns trabalhadores
estão com a carteira de trabalho retida pela Advance e, por isso, não
podem pedir seu desligamento nem serem contratados por outras empresas.
O protesto aconteceu na frente do
Ministério do Trabalho, na Agamenon Magalhães, no bairro de Santo Amaro.
Todas as faixas da avenida, no sentido Olinda / Recife, foram fechadas
às 08h. Os manifestantes fizeram um cordão de isolamento humano e
colocaram pneus e cavaletes para bloquear a via. A medida causou um
congestionamento de grandes proporções e, para desafogar o trânsito, o
major Amaral Neto, do 13º Batalhão da Polícia Militar, tentou negociar
com os trabalhadores a liberação de pelo menos uma das faixas.
Os trabalhadores só atenderam os pedidos
da Polícia Militar após conseguirem conversar com representantes da
empresa Advance. Após quase três horas de protesto, um grupo de
trabalhadores se reuniu com um superintendente do Ministério do Trabalho
e o coordenador financeiro da Advance, no prédio do Ministério. Segundo
o pedreiro Isaias Pacheco de Lima, um dos que representaram da classe
operária na reunião, foi feito um acordo com a empresa.
Segundo o acordo feito nesta manhã, a
segunda parcela do décimo terceiro salário será paga até o dia 15 de
janeiro. Além disso, os trabalhadores vão receber o pagamento referente
ao mês de novembro até o dia 22, e o de dezembro até o dia 31 deste mês.
Outra reunião ainda vai ser realizada para discutir a questão das
carteiras de trabalho que estão em posse da Advance, já que alguns
trabalhadores pedem seu desligamento da empresa.
As faixas da Agamenon Magalhães foram
liberadas por volta das 11h40. Policiais militares do 13º Batalhão e
oficiais do Corpo de Bombeiro ajudaram a liberar a via e trabalham para
normalizar o fluxo de veículos.
Conduzido pelos trabalhadores das obras
do Presídio de Itaquitinga, o protesto também contou com a participação
de funcionários da Advance que atuam na Refinaria Abreu e Lima. Esses
trabalhadores também estão com os salários atrasados e vão se reunir com
membros da empresa na próxima segunda-feira (14), às 14h, no Ministério
do Trabalho, para resolver sua situação. Eles afirmam que, se a reunião
não for realizada, vão fechar a Agamenon Magalhães novamente.Fonte: JC
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