terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O pacto federativo na ponta da língua de Eduardo


As prováveis bandeiras presidenciais do governador Eduardo Campos (PSB) estão cada vez mais claras. E a reformulação do pacto federativo tem se transformado na principal delas. Em qualquer oportunidade que tem para falar para um grande público, o socialista faz questão de ressaltar a necessidade de se inverter a lógica dos repasses dos recursos públicos. No evento promovido ontem pela revista Carta Capital sobre os desafios da Região Nordeste, não foi diferente. Para empresários, Campos destacou que o governo Dilma (PT) não tem projetos regionais e pontuou que essa ausência se agrava com uma suposta divisão equivocada da receita gerada pelos tributos pagos pelos brasileiros.
O embrião da proposta de um “novo Brasil”, que deverá pavimentar o discurso nacional de Eduardo Campos, foca numa espécie de participação coletiva que inclui prefeitos e governadores na tarefa de desenvolver o País. Proposta que agrada, e muito, quem vive reclamando da falta de recursos e do excesso de burocracia para a contratação de convênios e outros modelos de parceria com o Governo Federal.
Por outro lado, Eduardo sabe que não são apenas os gestores de municípios e Estados que ficam hipnotizados por esse discurso. O setor empresarial, sempre faminto por contrapartidas públicas, vê uma oportunidade de, com prefeituras mais fortes do ponto de vista econômico, propor mecanismos lucrativos – para eles, claro – e eficientes no que diz respeito aos serviços que são de responsabilidade exclusiva do Poder Executivo.
Consórcios municipalistas, Parcerias Público-Privadas (PPP) e licitações de grandes obras são alguns dos atrativos que esse horizonte mais favorável projeta no imaginário do empresariado. Inflando os dois lados, gestores e empresários, Eduardo sabe que constrói uma ponte sólida para a sua candidatura a presidente da República, baseada num discurso de avanço, mas sem ingressar no campo da desconstrução plena do que vem sendo realizado pelos governos petistas.
No entanto, esse último ponto, em algum momento, poderá ser incorporado ao discurso, mesmo que de forma sutil. A campanha que levou Geraldo Julio (PSB) à Prefeitura do Recife é um bom exemplo de que isso é capaz de se materializar.
Fonte: Gilberto Prazeres, Folha PE

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