sábado, 14 de abril de 2012

Supremo nega liminar que suspende inquérito contra Demóstenes



O Supremo Tribunal Federal negou nesta sexta-feira (13) a liminar pedida pelo senador Demóstenes Torres para suspender o inquérito contra ele. Em um novo diálogo, a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira acerta o pagamento de um presente para a mulher do senador.
Uma nova gravação feita pela Polícia Federal, com autorização da Justiça, revela que a quadrilha de Carlinhos Cachoeira comprou fogos de artifício para a formatura da mulher do senador Demóstenes Torres. A conversa é entre o contador de Cachoeira, Geovane Pereira da Silva, que está foragido, e Wladimir Garcez, ex-vereador de Goiânia e um dos principais assessores de Cachoeira.

WLADIMIR GARCEZ: Tá, deixa eu te falar, tem um, hoje uns foguetes aí que tem que pagar, que é da colação de grau da esposa do Demóstenes, tá? Aí eu vou te passar o número de uma conta, você faz direto o depósito aqui para gente. Ele deu de presente para ela.
GEOVANI PEREIRA da SILVA: ‘Tá’ beleza.
O relator do inquérito contra o senador Demóstenes Torres no Supremo, ministro Ricardo Lewandowski, negou a liminar pedida pela defesa para suspender o processo. A alegação do advogado de Demóstenes era de que as provas são ilegais porque as conversas do senador não poderiam ter sido gravadas sem autorização do STF.
“O que foi feito agora foi negar a suspensão do processo. Não há, de maneira alguma, nenhum aprofundamento nem análise do crédito”, disse o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro.
Nesta sexta-feira, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que as gravações que registraram as conversas entre Demóstenes e Carlinhos Cachoeira são legais: “As interceptações telefônicas tinham por alvo Cachoeira e outras pessoas, por isso foram validamente autorizadas pela Justiça Federal em primeiro grau, em Goiás”.
No Congresso, a CPI é esperada para o início da semana que vem. São necessárias 27 assinaturas no Senado e 171 na Câmara, um terço das cadeiras de cada Casa. Pelas regras da proporcionalidade, a presidência deve ficar com o PMDB do Senado e a relatoria com o PT da Câmara.
Líderes da oposição estimam que o governo terá 23 dos 30 votos da CPI mista, o que, segundo eles, dará total controle sobre a Comissão. Os governistas rebatem, dizem que a CPI será criada para punir quem cometeu irregularidades, independentemente da cor partidária.

Nenhum comentário:

Postar um comentário