Segundo o pai dos bonecos, Sílvio Botelho, artista responsável pela criação e concepção dos personagens, o Véio Mangaba foi escolhido por sua característica circense e engraçada. “Ele é um véio maroto, faceiro e também frajola. Uma figura folclórica nesse universo mágico que é o festejo de Momo”, destacou. Nas últimas edições, os bonecos de Enéas Freire (fundador do Galo da Madrugada), Maestro Forró, Alcimar Monteiro e Luiz Gonzaga tiveram destaque. Outras personalidades como Chico Science, Alceu Valença e Ariano Suassuna também se encontram com os outros protagonistas da festa.
O dia daqueles que fazem o desfile acontecer começou cedo. Às 4h da manhã, todos já estão na rua, trabalhando para organizar tudo. “Aos 39 anos, a ansiedade e a expectativa ainda é a mesma. O Carnaval mexe com todo mundo. O rico se diverte, mas quem brinca mesmo é o pobre, que brinca ludicamente e que gostaria que não acabasse. A adrenalina sobe quando fala a palavra Carnaval, mexe com o meu sangue, com minha cabeça, as vezes não sinto nem vontade de comer”, enfatizou Botelho.
HISTÓRIA
Tudo começou de maneira despretensiosa, com a intenção de ser apenas um encontro de amigos, mas que virou tradição e marca do Carnaval de Olinda. O Homem da Meia-Noite foi o primeiro boneco gigante da cidade, surgido em 1931. “Ele é o boneco mais charmoso e tenho privilégio de dizer que sou eu quem dou o toque mágico para que ele fique na medida para sair no Carnaval”, destacou Botelho, orgulhoso.
A Mulher do Dia, sua companheira, veio em 1967. Nenhum dos dois participa do Encontro de Bonecos, exceto em 2010, a única vez que o Homem saiu às ruas em plena luz do dia. Na década de 70, Sílvio Botelho criou seu primeiro boneco, o Menino da Tarde. Desde então não parou mais. “Esse é o que gosto mais, porque foi o primeiro que eu fiz, quando ainda era adolescente. Tenho o maior carinho por ele”, diz o artista que hoje contabiliza mais de 900 bonecos.
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