segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Automação moderniza a produção de mel na região do Araripe

Depois de dois anos de seca intensa, 2014 se configura como o momento do ressurgimento dos pequenos produtores rurais. Na região do Araripe, no Sertão pernambucano, os apicultores enxergaramna automação do trabalho uma boa oportunidade para voltar aos tempos doces. Em parceria como Sebrae, através do programa Sebraetec, e o Centro Pernambucano de Design (CPD), eles conceberam uma máquina desoperculadora de mel, que está promovendo o aumento de produtividade na extração do produto. Antes do equipamento, o processo era realizado de formamanual, coma ajuda de um garfo com agulhas de aço inox, e demorava pelomenos três minutos para ser concluído. Agora, o mesmo procedimento é realizado em apenas 30 segundos, proporcionando vantagem competitiva aos apicultores.
De acordo coma analista do Sebrae em Pernambuco, Josiana Ferreira, a retirada da cera se caracterizava como umdosmaiores gargalos da fabricação do mel. “O processo anterior causava dores no punho do operador, limitando a produção”, disse. Além do ganho em produção, a máquina tambémproporcionou a redução de até 10% de desperdício do produto. Desopercular é o processo de retirada dos favos demel do quadro, para que o produto possa ser processado na centrífuga até sair todo o mel.
A criação será patenteada para que possa ser efetuada sua comercialização no mercado. “A máquina poderá ser vendida pelo preço de R$ 2 mil”, estimou Josiana. O investimento total do projeto não foi divulgado pelo Sebrae, mas 80% do orçamento foi bancado pela entidade e os 20% restantes pelas associações de produtores.
    Animado, o apicultor Moacir Rodrigues de Oliveira prevê um aumento de 50% na sua produção diária de duas toneladas de mel. “Ao invés de deixarmos quatro homens para desopercular o mel, um só apicultor vai conseguir fazer o trabalho”, afirmou. “Vai ter mais gente indo para o campo e, com isso, poderemos melhorar a produção”, disse.
    Oliveira é sócio da Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Serra da Torre, em Araripina, formada por oito apicultores. Por enquanto, há três unidades da máquina disponíveis aos apicultores dos municípios de Araripina, Bodocó e Ibimirim. Segundo estimativas do Sebrae, 100 produtores rurais estão sendo beneficiados com o equipamento nas três cidades sertanejas.
    Após seca, produção pode melhorar 70%
    O Sertão do Araripe é polo estadual da produção de mel, com 11 municípios produtores. Somente Araripina é responsável por 25% de toda a fabricação em Pernambuco. Juntamente, se destacam Bodocó e Ibimirim - presentes na lista de vinte maiores cidades produtoras de mel no País. Araripina protagoniza o topo da lista.
    Ao todo, são mais de mil produtores de mel, além de dez mil colmeias. Em 2011, segundo balanço do Sebrae, a atividade foi responsável pela produção de 1.753 toneladas de mel - fazendo com que o Estado passasse de 9º para 8º maior produtor de mel do País, com o total de 2.350 toneladas do produto.
    Devido a estiagem dos últimos dois anos, o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) estima que os apicultores perderam entre 10% e 50% dos seus enxames. A expectativa é que a produção melhore entre 60% e 70%, algo em torno de 40 toneladas de mel.
    “Em 2003, Pernambuco nem aparecia nas estatísticas de exportação de mel. Em 2013, o Estado deu um salto muito grande em relação à apicultura, graças ao Sebrae, que promove palestras, encontros e seminários”, afirmou o apicultor Moacir Rodrigues de Oliveira, sócio da Associação dos Pequenos Produtores Rurais da Serra da Torre, em Araripina.

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