segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Estresse e alergias podem causar lambedura excessiva em cães

Coceira, lambedura e mordiscadas. Esses são os principais sintomas que podem indicar um problema dermatológico nos pets. Mesmo que para muitos tutores pareça um costume ou forma de higienização, o ato crônico de lamber as patas pode ser sinal de alergia e, caso persista, pode causar lesões, inflamações e proliferação de fungos. 

A principal causa desse ato persistente é a alergia. As mais comuns são aversão a pulgas e carrapatos, hipersensibilidade alimentar e dermatite atópica. Esta última está relacionada com fungos, corante e poeira. 

Outro fator relacionado às lambeduras é o estresse. Mudanças na rotina do animal ou ansiedade podem agravar o quadro, mas não são a causa do problema. “O cão está vivendo como uma pessoa e toda a preocupação da casa pode passar para ele, aumentando as lambeduras”, informa a veterinária dermatologista Cintia Valadares.

O tratamento para esse tipo de problema depende do diagnóstico e pode durar de seis meses, caso seja descoberto logo a sua origem, ou durante toda a vida do animal. Alguns tratamentos exigem mudança na rotina, como é o caso da hipersensibilidade alimentar. Bichos que têm alergia a proteína, por exemplo, precisam que a alimentação dele seja modificada. "O mais indicado é administrar uma ração hipoalergênica. Mas também existe a possibilidade de oferecer outros tipos de alimento, como carne de cordeiro, depende do caso", afirma Cintia.

Uma dica que a veterinária dá para saber se existe o excesso de lambeduras, é classificar em uma margem de 0 a 10. "Por exemplo, se uma pessoa chega no meu consultório e dá uma nota três, ainda acho aceitável, mas passando disso e chegando perto de dez, são situações em que as patas podem ficar vermelhas e até lesionadas. Alguns cachorros não param de lamber as patas, então, precisam de acompanhamento", completa.

Os casos mais frequentes são em cães de pequeno porte. Raças como yorkshire, poodle e shitzu estão entre as mais afetadas. As idades mais comuns para apresentarem esse tipo de problema é por volta dos quatro ou seis meses de vida.
Lili, uma west highland white terrier de 3 anos, está a um ano em tratamento depois que a sua tutora percebeu o comportamento diferente. "Ela lambia as patas o tempo todo e chegava a se machucar. Às vezes ela nem conseguia colocar a pata no chão. A primeira suspeita foi alergia a carrapatos, mas depois de um tempo de tratamento ela não melhorou. Foi quando a levei em uma especialista que passou um tratamento consecutivo. Foram antibióticos e uso de shampoo. Hoje, um ano depois, ela toma vacina, come ração hipoalergênica e já tem apresentado uma melhora", conta a médica Carolina Luisa Cardoso, de 50 anos.

A descoberta precoce e o tratamento imediato ajudaram no controle da doença. Mesmo não descobrindo a causa da alergia, Carolina garante que as consultas periódicas ao veterinário ajudaram na melhora. "Acho que o mais importante é não dar comida e sempre alimentar com ração. Outra coisa é que ela sempre vai ao veterinário. Por isso que não teve lesão, pois procurei logo um tratamento específico", diz.
Fonte: Mariana Fabrício 

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