quarta-feira, 11 de julho de 2012

Treinar um cão guia custa até R$ 30 mil e Brasil precisa importar para suprir demanda

Jerry é um labrador preto de 6 anos, brincalhão, adora crianças, tem uma gula maior que ele mesmo e “a cabeça do tamanho da de um bezerro”, segundo seu dono, Sílvio de Souza. Porém, não é nenhuma dessas características que o diferencia de outros divertidos cães que existem por aí. O que o torna realmente especial é seu trabalho. Jerry é um dos aproximadamente 100 cães guia em atividade que existem hoje no país. A diferença entre pessoas que precisam de um cão guia e o número desses animais disponíveis é gigantesca. No Brasil, existem 506.377 mil cegos "totais", segundo o censo do IBGE de 2010.

Uma das soluções para diminuir esse déficit é importar
animais treinados em outros países, o que custa em média R$ 25 mil reais. Outra, é adquirir um cão treinado no Brasil mesmo, o que não tem custos para o deficiente, pois todas as instituições que prestam esse tipo de serviço por aqui não têm fins lucrativos.

Sílvio, deficiente visual que trabalha como professor de informática no
Lar das Moças Cegas, em Santos, optou pela segunda alternativa para conseguir Jerry, o único cão guia de todo litoral paulista. Ele comenta que a receptividade desde que ele trouxe Jerry para casa em 2008 foi muito boa. “Quando usava a bengala e tomava um ônibus lotado, nem sempre as pessoas se levantavam para me dar o assento preferencial. Agora todo mundo ajuda, fica praticamente um em cima do outro pra não pisar no cão. É um carinho muito legal com o animal”, disse.
Por serem poucos no Brasil, grande parte da população não sabe como agir ao se deparar com um cão guia. O correto é não chamar, brincar ou tocar o animal enquanto ele estiver com o arreio sem autorização do deficiente visual, pois isso pode tirar sua atenção e provocar acidentes. A lei garante que o cachorro possa entrar em espaços públicos como shoppings e ônibus, desde que esteja identificado e acompanhado do deficiente ou de seu treinador.

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